Resenha: Guia do Mochileiro das Galáxias
Título: O Guia do Mochileiro das Galáxias (coleção de livros)
Autor: Douglas Noël Adams (D.N.A).
Páginas: aproximadamente 790
Lançamento: 1979
O GUIA DO MOCHILEIRO DAS GALÁXIAS
Sobre o que é esta série literária?
Em homenagem ao “Dia do Orgulho Nerd”, ou “Dia da Toalha” para os mais chegados no Adams, celebrado em 25 de maio como forma de prestigiar o autor Douglas Adams (e outras modalidades da cultura Nerd e Geek), li a aclamada “trilogia de cinco”.
Mas vamos por partes!
O Guia do Mochileiro das Galáxias era, anteriormente, uma série de rádio britânica que foi mais tarde adaptada para o formato de livros (e depois uma série de TV e um filme) ganhando, então, ainda mais notoriedade e fãs ao redor do mundo. Uma observação importante a destacar é que cada versão difere uma da outra, a versão de rádio é distinta da edição literária, que é diferente da edição da série de TV, que é diferente do filme. Não entre em pânico em relação ao roteiro ser diferente em cada versão!
Narra com teor cômico, porém ácido e inteligente, as peripécias vividas pelos personagens no tresloucado Universo (sim, porque aqui a trama espacial tem uma proposta totalmente distinta daquelas “ficções espaciais sérias”).
Irá aventurar-se pelo Guia? Prepare-se para muito humor britânico, sátiras, ironias, piadas, deboche, sarcasmo, "nerdices" e muito, mais MUITO nonsense. Mas calma que eu já lhe explico!
Nessa coleção de livros acompanharemos o humano Arthur Dent e seus outros estranhos companheiros, que juntos viajam pelo universo em meio a situações surreais. Arthur não tem muitas prioridades, além de sobreviver, porém está equipado com o que precisa para suas improváveis e loucas aventuras: “O guia do Mochileiro das Galáxias” (ou, pelo menos, foi isso que disseram a ele, mas se esse Guia de fato lhe será útil terá de ler para saber), e isso é só o começo das desventuras de Arthur! (Não é possível falar muito sem dar spoilers).
Esta coleção de livros possui 5 volumes: são eles
1- “O Guia do Mochileiro das Galáxias”,
2- “O Restaurante no Fim do Universo”,
3- “A Vida, o Universo e Tudo Mais”,
4- “Até Mais, e Obrigado pelos Peixes!”, e
5- “Praticamente Inofensiva”.
ATENÇÃO: Se tiver em mãos uma edição de volume único NÃO leia tudo de uma vez. Entre um volume e outro dessa coleção intercale com outras leituras suas, dê um tempinho entre um volume e outro (do contrário a leitura vai ficar cada vez mais maçante). O Guia do Mochileiro não foi feito pra ser lido "Duma vez" não!!! Sai dessa!
Vá com calma e, principalmente: "NÃO ENTRE EM PÂNICO".
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Douglas Adams |
IMPORTANTE SALIENTAR: Destaco antecipadamente!
Quem está buscando coerência na proclamada "Trilogia de Cinco" sofre de uma doença mental terráquea bastante comum chamada "transtorno de excesso de realidade", caracterizado por necessidade intensa de controle, inclinação a seriedade em demasia, com propensão a buscar verossimilhança em tudo e tendência a amar apenas conteúdo factual. Para estas pessoas, oque o Guia diz sobre a realidade é: “está frequentemente incorreta”.
Como é a estrutura?
Gostar ou não de Douglas Adams depende de ponto de vista, o homem é um Ícone na cultura Nerd, mas nem todos são capazes de admirá-lo (Muitos não entendem o que chamo de “Triade Adams: Nonsense + Sátira + Ficção”. Embora tenho uma equação mais complexa para explicar! [risos]).
Então aqui vai umas dicas de quem (com certeza) não vai gostar dessa coleção de livros:
1- Quem não gosta de Nonsense: O texto é muitas vezes desprovido de nexo, com pegada bastante SURREALISTA. Sim meus queridos, muitas vezes você achará a trama um absurdo, incongruente, incoerente, ilógica, estranha ou bizarra e está tudo bem! Não entre em Panico! [Risos].
Nonsense do Adams é definitivamente um "Niilismo + Surrealismo + Absurdismo".
(Niilismo; crença de que nada tem sentido ou significado,
sugere que buscar regras e verdades absolutas que alicercem nossos
hábitos, opiniões, moral, cultura, tradições, valores,
conhecimento, ética e vida em geral, é inútil, logo não
deveríamos supor quaisquer propósito e adotar uma postura de
negação ou descrença absoluta em relação a quaisquer preceitos,
pois não podemos atingir certezas absolutas a respeito da verdade da vida, do universo e tudo mais. + Surrealismo; um rompimento
com a razão e ênfase em características oníricas [tipo a ilógica
dos sonhos/ ideias tresloucadas] e nas Idiossincrasias [peculiaridade
individuais e coletivas, que criamos, mas podem não ter nexo real] +
Absurdismo; a crença de que a vida e o universo não tem
sentido exato e que busca-lo leva a um conflito, afinal a busca de
sentido nos leva a questões existenciais, que tentamos racionalizar,
mas até a razão, em algum momento, entra em conflito e tem que
optar entre realidade e nossas questões subjetivas).
Mas não só de Niilismo, Absurdismo e Surrealismo vive Douglas Adams...
2- Quem não acha graça alguma ou não entende SÁTIRA: Adams faz uso de MUITAS sátiras e paródias socioculturais, históricas, biológicas, teórico científicas, religiosas, econômicas, políticas, etc(...) E como bem sabes a Sátira é uma zombaria, logo, o conteúdo dos livros é recheado disso!
Ou seja, o texto não é completamente Nonsense pra quem entende a linguagem do deboche, da ridicularização proposital de certos ideais filosóficos, culturais e teóricos de mundo que temos. Todas as reflexões advindas dessa coleção são provenientes disso.
Nessa coleção, mais importante que o enredo, é você
compreender onde termina uma sátira e onde começa outra: Bem como
oque o autor quis lhe dizer com cada uma dessas “cenas/atos”
satíricos!(Ou seja: Adams dá mais importância a sátira que a
coesão do enredo, muitas vezes ele abdica da lógica na trama só
para fazer a “piada/crítica”. Esse é o objetivo central,
praticamente). Devo salientar também que as vezes a sátira nem sempre precisa fazer gargalhar, tenha em mente que as vezes é cômica e faz sorrir, outras vezes é só um comentário ácido com gosto amargo.
Se você não gosta de uma dessas coisas, não achará a coleção de Adams tão boa. Até porque falar do tom de Deboche + Surrealismo Absurdista na obra do Adams é quase como dar Spoiler da saga.
3- Quem não gosta ou não entende algumas "Nerdices”: porque o Adams, as vezes, mistura seu Nonsense e sátiras/críticas/paródias com coisas Nerd, e não se dará ao trabalho de ficar explicando igual aquelas ficção científicas "comuns".
Uma boa porcentagem do Nonsense está mergulhado em teorias Nerds sobre o espaço e tudo mais, mas o Adams não vai te explicar, ele só vai usar as ditas nerdices teóricas pra fazer as coisas ficarem ainda mais insanas no enredo. Logo, quem já está mais habituado com filmes, estudo ou livros nerd conseguirá com mais facilidade identificar tais elementos na obra, enquanto outros não.
Encontro com facilidade pessoas que leram, ou tentaram, que argumentam que não há nada de inteligente ou interessante nessa coleção. Pessoas que julgam a obra como “perda de tempo” ou “um compilado de ideias e situações sem sentido e loucas sem mérito ou propósito”. Pois bem, deixemos que trechos, aleatórios, da coleção responda porque tais pessoas não viram nada de instigante:
e
"É um fato importante, e conhecido por todos, que as coisas nem sempre são o que parecem ser. Por exemplo, no Planeta Terra, os homens sempre se consideraram inteligentes(...)”
Ocorre que, lembra quando eu disse que a obra de Adams é recheada de sarcasmo e ironias? É justo ai que entra a parte Nerd: O Guia do Mochileiro é divertido, mas também é sobre oque já coletamos de aprendizado acerca do mundo e o quanto estamos dispostos a rir, e refletir, disso tudo.
Para compreender não só o deboche desses livros, bem como as tiradas nerd: é preciso já compreender de ANTEMÃO, ter conhecimento PRÉVIO, sobre os assuntos sobre os quais o autor esta fazendo referencia e debochando.
Ou seja, para alcançar as paródias de Adams nessa coleção, é necessário entender de tudo um pouco entre: questões culturais, históricas, biológicas, ciências exatas, teóricas, científicas, ciências humanas e sociais, religiosas, econômicas, políticas e Nerds (sabendo suas problemáticas e discussões, nem que seja minimamente). Compreendendo e meditando acerca dessas coisas, ao longo da vida, e sobre o porque Adams está zombando delas. Só assim se alcança as piadas do autor!
Em resumo: essa coleção de livros não faz ninguém nerd. Precisa-se SER Nerd, para compreender as referencias do Adams! Entendeu?
Esqueça a "Verossimilhança" e tentativas de "elevar o nível da credulidade do leitor em relação a trama" que autores de ficção/fantasia geralmente se ocupam pra ambientar o leitor ao universo sem que o leitor fique perdido. Adams não se utiliza da famosa “Suspensão de descrença” como os outros autores (afinal, ele não é todo mundo), ele faz você ficar se perguntando: "que loucura é essa?? Isso é piada??" (Aqui, em grande parte da narrativa, é [risos]).
Douglas Adams não está preocupado em ambientar o leitor, vai lhe tacar no maior Nonsense possível e você irá se sentir mais perdido que Arthur Dent (protagonista?). Tinha horas que eu não sabia onde os personagens estavam??? O que estava acontecendo??? Por que eles estavam ali??? Qual o propósito??? Qual a lógica?? Por que eles estavam fazendo oque estavam fazendo???
Que loucura é essa???? “Esse autor tava bêbado quando inventou essa história????” (Reza a lenda que sim!! [Risos]). Para quem não sabe, contam que Adams estava muito bêbado durante uma de suas viagens pela Europa, com um guia do mochileiro terráqueo nas mãos, ele olhou para o céu e disse: “Alguém deveria escrever um Guia do Mochileiro das Galáxias”. E que bom que ele o escreveu!
Com certeza; dei muita risada com esses livros! Aparentemente, não sou tão idiota quanto pensava, consegui entender boa parte das coisas? Acho que sim, creio que entendi uns 42% pelo menos (se é que me entende). Eu disse "acho", calcule a probabilidade disso você, eu sou de humanas [risos].
Outro ponto positivo: A jornada do protagonista me prendeu, quando ficava sem ler por alguns dias pensava "preciso saber oque vai acontecer com o Arthur", isso faz com que não queira abandonar a história, por mais nerd, irônica, satírica e nonsense/surrealista que ela se torne. Além disso, os livros da coleção são relativamente curtos, então não se tornam maçantes.
Provavelmente irei reler no futuro, com mais calma pra ver se eu compreendo mais uns 42% do que não entendi numa leitura inicial?? Talvez.
Minha dica é: Não entre em pânico! [risos]. Embora o livro seja um Guia, irá se sentir perdido muitas vezes. Isso é, até que perceberá (com sorte) qual o propósito de Adams em relação a essa série: Ele é um autor de comédia, mas com um excelente senso crítico!
Mas antes de tudo: Tenha em mente que o próprio livro não se leva a sério (a começar pelo subtítulo "Trilogia de Cinco"). Então não leia esperando algo muito sério, pois a pegada dele é a Sátira, e como em toda boa sátira, nós damos risadas, como também somos expostos a altas doses de crítica e acidez em relação as questões levantadas.
O resultado é uma aventura surrealista, permeada de comédia, e que satiriza tudo e todos os nossos conhecimentos sobre diversas coisas, cheio de humor, piadas e ironias, com um tanto de nerdices.
Dá pra refletir sobre algumas várias coisas, devido ao tom irônico dos livros em relação a... TUDO que conhecemos (e que ainda queremos conhecer; como a razão da vida, do universo e... Você sabe, "tudo mais").
Eu já disse que é uma coleção muito boa? Não?! Pois é sim! Isto é, se você souber oque está procurando e como achar, é claro [risos].
Se tenho CRITICAS NEGATIVAS?
Bem, Adams tem sacadas interessante, inteligentes e passagens engraçadas, mas as vezes perde a mão: coloca muito Nonsense numas partes, muitas nerdices em outras, e enfia as sátiras nuns momentos indecorosos.
Talvez o Adams, quando foi obrigado a cumprir prazos de entrega, tenha perdido um pouco seu D.N.A mesmo (entendedores entenderão).
Em alguns livros os personagens não tem balanceamento dentro da trama, por exemplo, o autor passa metade do livro falando só nuns, outra metade falando só nos outros. E nem todos tem um desenvolvimento e fim tão satisfatório.
Nem sempre curti os rumos que Adams deu a trama. Mas talvez eu tenha criado muita expectativa depois de ler o primeiro volume e por isso os demais não soaram tão bons, apesar de que eu gostei do final.
É interessante lembrar que isso tudo começou como uma série de "rádio-novela" e só depois foi compilada em livros a partir de 1979.
Justamente porque não era inicialmente uma coleção literária, daí o motivo de algumas pessoas "estranharem a escrita do Adams", é de se esperar que "estranhem" a escrita de algo que não foi pensado originalmente para ser um livro. Mas de todo modo, funciona nesse formato também. Não entendo também porque as pessoas se surpreendem com início e término de um livro cuja premissa era "A insignificante Terra ser destruída todas as vezes", e isso está no prefácio (então nem é spoiler) essa era a ideia base da saga, como um todo.
Por outro lado, até o Adams teve dificuldade em continuar a escrever a saga porque não era exatamente o foco dele. Como disse, era pra ser mini-série de rádio da BBC para os britânicos, não uma saga literária internacionalmente famosa. Roteiros pra séries (de rádio) e texto pra livros são coisas diferentes, e acho que Adams não tinha muita paciência pra sagas literárias tanto quanto pra script de roteiro, pegadas diferentes galera. Ele odiava os prazos de entrega dos livros. E a pressão que isso se tornou desajustava ainda mais os "parafusos" dele. Haha.
Adams não é exatamente um autor "fanservice", isto é, que entrega o enredo e desenvolvimento de personagens conforme o público quer. Pelo contrário, ele usa a obra pra expor oque ele realmente pensa, da vida, do universo e tudo mais, como autor, sem realmente se importar com a repercussão positiva ou negativa, e em geral dará rumos as tramas e aos personagens que vão estarrecer alguns leitores, principalmente aos adeptos de "final feliz". Eu particularmente gostei do término da saga como foi concebida e achei bem conclusiva, mas conheço quem odiou e finge que não existe 'volume 5'. Haha.
Então se você lê, mas é do tipo que não gosta de ser frustrado pelo autor nesse quesito de 'final relativamente feliz e bem estruturado para cada personagem', então talvez Adams lhe deixe a desejar no último volume. O fim é agridoce, uns adoram outros odeiam. Faz um baita sentido para uns, e para outros não.
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Ford e Arthur, interpretados por Geoffrey McGivern e Simon Jones (na série de TV de 1981). |
As vezes eu terminava um capítulo pensando "que doideira", mas não só. O texto é 42% uma premissa nerd satírica afogada no nonsense ao longo de todo o enredo, os outros % tem momentos muito hilários ou reflexivos que, ao mesmo tempo, abrem espaço pra discussões vastas ...
... Não se tornam discussões chatas de forma alguma, até porque Adams apenas levanta as pautas para fazer a Satira e depois segue a diante sem trabalhá-las, levanta a pauta apenas para fazer a piada e parte para a próxima sacada (a reflexão fica a encargo do leitor, se este assim quiser), isso torna a obra leve e cômica, ao mesmo tempo que confere reflexões profundas (jogada de mestre, não?).
Eu o tempo todo: "Gente, oque tá acontecendo nesse livro???", depois "agora eu tô definitivamente perdida nesse enredo!!", tinha momentos de risadas ocasionais com passagens cômicas de muito humor ácido (típicas do autor), outras passagens de "nossa, essa parte tá um tédiooo!".
Vislumbres de: "Uau, essa sacada foi incrível, Sr. Adams!", bem como situações de "isso foi até reflexivo! Apesar de louco, acho que entendi a sátira Sr. Adams!".
As vezes eu ficava: "Que livro chato", pra logo então ficar "que livro perfeito", noutras vezes eu pensava "ou isso foi Nonsense DEMAIS ou sou burra DEMAIS pra não entender tal sátira. Ou será que era uma passagem nerd e eu não sou nerd suficiente pra entender esse trecho? Qual será? Ó dúvida cruel!" (Bem, sabedoria começa com a dúvida, né não Freud?!).
Tinha momentos que eu não sabia se a situação em que os personagens se envolviam era loucura demais ou se meu nível de inteligência não tava acompanhando o humor britânico ou o nível irônico de nerdice impregnado nesse livro. (Sim, é pra rir!!). E quando me via nessa sensação, ia pesquisar: acabei em canais de Matemática, Engenharia da Computação e Física Quântica, dentre outras nerdices de “exatas” (então sim, não é só uma aventura Nonsense). Confesso que entendi melhor as sátiras e paródias de “humanas” e “Biológicas” [risos].
Pensei tudo isso junto, e as vezes separado, não necessariamente nessa ordem [Risos]. Então sim, esse livro é montanha-russa de emoções pra mim. Hey, eu gostei bastante!
Como uma pessoa cuja vida é permeada de sufocante seriedade, esse livro é como ar fresco. O Adams ZOMBA da realidade, da cultura, das sociedades, das crenças, da tecnologia, da inteligencia (ou burrice) e seriedade humanas em um tom bastante IRREVERENTE!
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Arthur, interpretado por Martin Freeman no Filme 'Guia do Mochileiro das Galáxias' de 2005. |
Nunca tinha entendido o sentido de Carpe Diem, até Adams me ensinar que daqui a uns minutos a Terra pode ser demolida, posso tá cercada de Vogons, e a resposta pra tudo é 42, e a resposta pra essa resposta continua sem resposta, e tudo é uma loucura improvável em meio a um mar de improbabilidade (por que sempre é), mas quem liga?
Então vamos só deixar acontecer, "deixa rolar", Ler It Be pros gringo, porque geralmente nós achamos que as coisas são dignas de TODA a nossa preocupação e seriedade, mas talvez só estejamos nos importando demais, então ao invés de se estressar com as coisas irritantes da vida e da humanidade, vamos rir das coisas irritantes da vida e da humanidade. Afinal não sabemos até quando teremos nosso "adorado Planeta Terra" e, com ou sem ele, nem quanto tempo mais temos de vida.
Então, bora desencanar!?(O "Carpe Diem" era pra entrar no fim desse discurso de m####, tendeu?? [Risos]).
A sensação que tive de ler esse livro: em determinado momento depois que me habituei a trama e escrita, foi de conforto. Porque é um livro de tom descontraído e leve, cômico mesmo, "desestressante"e me fez "literalmente viajar na maionese, digo, aventura" e levar meus dias com mais calma e humor, dando muitas risadas (apesar das críticas ácidas e pautas levantadas por Adams, todas interessantes para estudar e abrir como tópicos de debate).
Sério, pegar cenas, frases ou trechos dessa coleção e levantar como pauta de discussão numa roda de conversa já renderia assunto pra tarde toda! Assuntos que garantiriam lábia suficiente pra ir desde “conversa fiada de bar” até um “artigo acadêmico teórico científico” ou algo do tipo...[risos].
Algo é certo: O autor é tipo o "orgulho Nerd" em pessoa com mais uma pitada GIGANTE de "humor peculiar" com acidez satírica muito bem trabalhada e "Non-Sense à vontade", tudo misturado no liquidificador.
Há uma facilidade na leitura do Guia do Mochileiro, quando nós entendemos e criamos identificação com os livros, não conseguimos mais abandonar essa “Parodização de filmes de ficção científica sérios + satirização de tudo que a humanidade passa milênios filosofando só pro autor vir tripudiar”: mais conhecida como "A Louca Odisseia Galáctica de D.N.Adams" ou "O Guia do Mochileiro das Galáxias".
Quem gosta de "Doutor Who" e "Rick e Morty" possivelmente vai acrescentar "O Guia do Mochileiro das galáxias" a seus favoritos.
Sabe-se que alguns textos do Adams para "O Guia" eram antes rascunhos de roteiro feitos por ele, e não utilizados, para a trama de Doutor Who (dizem que todo o livro 3 era na verdade um roteiro dele pra série). Ele pegou, repaginou, inseriu seus próprios personagens e reaproveitou partes do texto, isso meio que me ajudou a aceitar melhor o "contexto" do livro 3, haha. [Sim, Douglas Adams era um dos roteiristas e revisores de texto de Doctor Who].
Para quem curte, recomendo "Doctor Who: Shada" e "Doctor Who: Cidade da Morte" ambos escrito por Adams, para fãs Whovians fica aí a dica.
E também os criadores de Rick e Morty já afirmaram algumas vezes as influências do "Guia" em suas vidas e na obra, Adams é uma das muitas inspirações do programa. Então fica a dica também.
Talvez, algum dia, eu faça resenha de cada um dos livros da coleção, mas vou deixar para outra postagem.
O que o Guia é pra mim pessoalmente?
Sou suspeita pra falar, porque eu gosto muito dessa coleção e se fosse uma resenha da minha opinião pessoal seria: em alguns pontos deixou a desejar, mas no todo eu amo, amo e amo. Me ajudou muito com a depressão, pois o sarcasmo do Adams faz-me pensar que talvez só esteja avaliando as coisas pela perspectiva errada, e ao invés de levar a vida, o universo e tudo mais tão a sério, talvez seja melhor levá-lo com mais bom humor afiado, como faz Adams. Eu rio e ao mesmo tempo reflito demais com a escrita do Adams, sem perder o senso de leveza. E isso é oque mais gosto na coleção.
Enfim, mas cada pessoa tem uma relação pessoal diferente com oque lê! E isso é muito particular de cada um.
Mas por enquanto é isso, deixemos a homenagem ao autor como ele merece!
E você, já leu algo de Douglas Adams?
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