[RESENHA] O Pequeno Príncipe

O Pequeno Príncipe. Livro O Pequeno Principe. Resenha O Pequeno Principe. Aintoine de Saint-Exupéry. Ilustrações O Pequeno Principe.

 Resenha: O Pequeno Príncipe 

 Ficha Técnica

Título: O Pequeno Príncipe

Autor: Antoine de Saint-Exupéry

Ano de Publicação: 1943

Páginas: 95 

 

   O PEQUENO PRÍNCIPE

SOBRE O QUE É ESTE LIVRO?

    Um piloto cai com seu avião no deserto do Saara e encontra um Pequeno Príncipe que surgiu do nada, o piloto então tentará compreender essa estranha criança e sua história. Junto a eles descobriremos planetas que encenam a solidão humana em diversos aspectos, raposas que falam sobre afeto e cobras que falam sobre a morte.

    Com o aviador e a criança aprenderemos acerca de muitas temáticas existenciais, através de passagens poéticas povoadas de alegorias (figura de linguagem).

   POR QUE DEVES LER ESTE LIVRO?

    A construção do enredo nos trará um novo olhar sobre o nosso mundo e a forma com a qual nos relacionamos com a vida através da ingenuidade, frescura e seriedade do Pequeno Príncipe (e também do aviador).

    Leitura essencial, este livro de Saint-Exupéry é uma obra que vai fazer você repensar tudo: as relações humanas, os problemas, o trabalho, as amizades, amores, afetos em geral, nossos feitos (e até a morte) de uma maneira diferente, página após página.

    Prepare-se para uma grande aventura filosófica, pois a narrativa é repleta de verdadeiras parábolas implícitas sobre a vida. É um livro para todos os públicos que marca gerações de leitores em todo o mundo porque O Pequeno Príncipe é uma obra singela cheia de profundidade, com metáforas pertinentes a todas as fases da vida e aprendizados diversos sobre tudo aquilo que é invisível aos olhos.

  O QUE EU ACHEI?

    Simplesmente incrível, tanto para crianças quanto para adultos. Mas é principalmente essencial para todo adulto que se preze. Esta leitura fará nós (as pessoas grandes) percebermos tudo oque a vida adulta nos roubou ou corrompeu ao longo do nosso amadurecimento, e que deveríamos tornar a ver a vida com o olhar mais inocente da criança que um dia fomos.

    É também quase um ultraje julgar esse livro como algo voltado apenas ao infantojuvenil. Porque ele NÃO É apenas destinado ao infantojuvenil: Aliás, ele é sim para crianças (tanto para as que são crianças hoje, tanto quanto para a criança que você foi um dia).

    De fato, sem sombra de dúvidas, esse livro será lúdico e divertido para crianças com seu enredo onírico e permeado de ilustrações coloridas, porém se cada capítulo for encarado como metáforas/parábolas da/para vida adulta, nós logo percebemo-nos diante de um livro poético e muito filosófico. 

    O que mais me impressiona nesse livro é que quando você relê ele em épocas diferentes da sua vida, cada vez uma frase ou outra, um trecho ou outro, que vai tocar mais seu coração. É um livro completamente existencial, aborda diversos contextos da vida; por isso é um livro tão mágico.

    Esse livro é tão pequeno, e ainda sim tem taaantas mensagens pra diferentes fases e situações da vida. Tem tantas lições. Toda vez que se relê será tocado e vai entender de forma diferente algum trecho.

  Eu gostaria de ter começado essa história como um conto de fadas. Adoraria ter escrito: ‘Era uma vez um pequeno príncipe que habitava um planeta apenas um pouco maior que ele mesmo, e que precisava de um amigo’. Para aqueles que compreendem a vida isso seria muito mais verdadeiro. Mas eu não gostaria que lessem meu livro de modo superficial”

- O Pequeno Príncipe

    O autor não escreve o enredo como se fosse um conto de fadas, pois ele queria que os adultos fossem capazes de compreender a história. Sim, isso é uma provocação do autor, pois ele sugere que as crianças sabem oque é essencial para a vida de forma tácita, enquanto nós adultos perdemos isso ao longo do crescimento e passamos a ver tudo de modo raso (tanto que foi preciso escrever o livro com mensagens subentendidas para os adultos captarem oque é realmente essencial).

    Para mim é um livro infantil, mas recheado de parábolas voltadas aos adultos. Ou seja, transmite uma mensagem indireta por analogia. Um exemplo simples, o Baobá, uma arvore de propensões grandes, que pode consumir o mundinho onde vive o Pequeno Príncipe e por isso representa um problema que deve ser sanado quando ainda é pequeno, isso pode ser percebido como uma parábola para nós, que devemos cuidar dos nossos problemas quando ainda são pequenos e não esperar que fiquem do tamanho de um Baobá e consuma nosso próprio mundinho interno.

    Outra interessantíssima é a do carneiro e da rosa, visto que o carneiro foi a primeira coisa que o Pequeno Príncipe pediu ao aviador, com o objetivo de ajudá-lo a se desfazer das ervas daninhas e de Baobás ainda pequenos em seu planetinha, porém o Carneiro também pode consumir flores, ou seja, pode vir a ser contraproducente para o Pequeno Príncipe. Veja que o Carneiro tem uma função de utilidade, é um meio para um fim, enquanto a Rosa é a coisa que o Principezinho julga ser a mais especial em seu mundo, logo a questão “se o carneiro consumiu ou não a rosa” pode ser visto como uma parábola para “as coisas que julgamos úteis estão ou não consumindo o que nos é mais importante?”.

    Enfim, esse livro me fez refletir muito em cada capitulo, porque cada um é uma parábola e reflexões para a vida, traçando paralelos entre a historinha narrada e situações da vida real.

  – Que quer dizer “cativar”?

– Significa “crias laços”...

– Criar laços?

– Exatamente. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo

O Pequeno Príncipe

  Nós só conhecemos bem as coisas que cativamos. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!

O Pequeno Pŕincipe

  Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a fez tão importante.

O Pequeno Pŕincipe

    Talvez esse homem seja mesmo um tolo. No entanto, é menos tolo que o rei, que o vaidoso, que o empresário, que o beberrão. Seu trabalho ao menos tem um sentido. Quando acende o lampião, é como se fizesse nascer mais uma estrela, ou uma flor. Quando o apaga, porém, faz adormecer a estrela ou a flor. É um belo trabalho. E, sendo belo, tem sua utilidade.

O Pequeno Príncipe

  Por favor não sofra. Eu parecerei morto mas não será de verdade. É apenas muito longe, onde vou no céu, para levar este corpo junto. Você compreende, não é? Esta parte de mim será como uma velha casca abandonada. E uma casca velha não é triste, é?

O Pequeno Pŕincipe

     

    É porque NÃO damos valor as coisas simples, mas sim as coisas complexas e intrincadas, foi por isso que esse livrinho se tornou alegórico, tentando nos fazer lembrar do que realmente importa. O Pequeno Príncipe, de conto de fadas, virou filosofia: porque é só assim que os adultos poderiam vir a entendê-lo realmente. 

 

O Pequeno Príncipe. Livro O Pequeno Principe. Resenha O Pequeno Principe. Aintoine de Saint-Exupéry. Ilustrações O Pequeno Principe.
Antoine de Saint-Exupéry

      Exupéry nos mostra que as atitudes e comportamentos adultos são providos de despropósito, sem essência, nos prova que nunca foi tão ridículo chamar pejorativamente alguém de "infantil", pois ridículo mesmo é ser adulto.

     A criançada terá todos os recursos para a imaginação e serão agraciadas com toda a fantasia presente no enredo de O Pequeno Príncipe, verdade. Enquanto isso nós adultos, por outro lado, seremos presenteados com várias metáforas e reflexões acerca da vida, o mundo, as relações interpessoais, o trabalho, a morte, dentre muitos outros temas de grande relevância existencial.

   COMO LER ESSE LIVRO, DICAS

     Se você for um adulto, como imagino que é se está lendo esta resenha; não leia todo o livrinho de uma vez só. Eu sei que este é pequeno e passível de ser lido em uma tarde, porém como o conteúdo trata de temáticas profundas, é mais interessante ler cada capítulo devagar, entender seus significados ocultos e diversas mensagens, uma de cada vez.


O Pequeno Príncipe. Livro O Pequeno Principe. Resenha O Pequeno Principe. Aintoine de Saint-Exupéry. Ilustrações O Pequeno Principe.
Oque é esta imagem a cima?


   
Dica 1: Lembre-se que, deixando o texto literal de lado, cada elemento e cena de O Pequeno Príncipe é dotado de múltiplas interpretações e simbolismos. 
Veja mais, tente compreender o significado das coisas para além de chapéus, se é que me entende. As coisas nesse livro não são oque parecem ser.   

  Dica 2: Leia um capítulo por dia. Não passe para o próximo sem reler e refletir sobre o capítulo que acabou de ler.

    Mas é possível que, ainda que despendendo muito esforço, um adulto não seja capaz de compreender o livro como um todo, se isso acontece é porque a pessoa está tão ensimesmada em sua vida adulta que não é mais capaz de realmente perceber oque importa. Tudo bem, o aviador sabia disso, tanto que nos diz:

  As pessoas grandes nunca compreendem nada das coisas (…) ao longo da minha vida conheci muita gente séria. Vivi muito próximo das pessoas grandes, as vi de perto. E isso não ajudou a melhorar minha opinião. Quando eu encontrava uma que parecia um pouco mais consciente, mostrava-lhe meu desenho número 1 (…) Eu queria saber se era realmente inteligente. Quando ouvia a mesma resposta [errada] (…) botava-me em seu patamar. Eu falava então de Bridge, de golfe, de política e de gravatas. E a pessoa ficava admirada por conhecer um homem tão racional”

- O Pequeno Príncipe

    Novamente percebe-se a provocação do autor para com os adultos, deixando evidente que só compreenderá o livro aquele que, ainda que tenha crescido, ainda preserve a sensibilidade infantil em olhar inocentemente a vida em seus aspectos mais essenciais. 

    As crianças são capazes de ver além, são capazes de imaginar carneiros no buraco de um desenho numa folha de papel, são capazes de perceber o elefante dentro da ilustração da peçonhenta cobra. Ou seja, elas veem mais do que aparentemente há. É isso que o autor está pedindo que tú faças também: veja mais do que aparentemente há! 

 
 

   EM CONCLUSÃO

    Indubitavelmente um clássico: atemporal, necessário e relevante, apreciado por todos os públicos, inesquecível e encantador. Do tipo que é feito para se ler incontáveis vezes ao longo da vida; e descobrir novas lições/mensagens TODAS as vezes.

     E vamos considerar uma coisa: só se entende a profundidade, sagacidade, filosofias e mensagens ocultas desse livro sendo um ADULTO!!É um livro de linguagem infantil, mas permeada de metáforas a cada palavra e linha cujas quais apenas quando vamos ficando mais velhos conseguimos decifrar. Conseguindo, então, sair da literalidade do texto e compreender as alegorias que cada uma das cenas representa.

    O aviador do O Pequeno Príncipe afirmaria que se esse livro fosse uma mera fábula, nós adultos não iríamos dar a devida importância, assim como tão pouco faríamos se este fosse apenas um livro de filosofia. Assim, tornou-se um pouco dos dois: afinal, aprendemos que é preciso ter paciência com os adultos [risos].


O Pequeno Príncipe. Livro O Pequeno Principe. Resenha O Pequeno Principe. Aintoine de Saint-Exupéry. Ilustrações O Pequeno Principe.
O Pequeno Príncipe

    É assim filosofia disfarçada de fábula e vice-versa, poesia ao mesmo tempo que fantasia do início ao fim, para todos os públicos, isso que é o tocante nessa mescla de conteúdo infantil com adulto: é tão lido porque crianças um dia serão adultos e adultos um dia já foram crianças, esse livro justamente contempla o melhor de ambos.

    É perfeito! É belo! Tem fantasia! Tem filosofia! Incontestavelmente um clássico! Mas só uma palavra bastaria para essa minha resenha de O Pequeno Príncipe: CATIVANTE!!!

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