Grifar, Sublinhar, Anotar, Marcar ou não os Livros?

Para que nos serve a leitura?

Tipos de leitores:

    De um lado, aqueles que veem as marcas do tempo, marcas de uso, a utilização do marca texto nos trechos que se pensou serem dignas de destaque [famoso grifar], colocar post-its, flags, contornar palavras ou frases, sublinhar, ou colar papeizinhos de mini-notas escritas com pequenas reflexões em algumas páginas ou mesmo fazer notas escritas nas próprias paginas do livro, como representações do processo criativo e celebram o resultado disso na leitura, geralmente adeptos a emprestar os próprios livros, estes são os puristas da leitura.

    Do outro lado, aqueles que expressam evidente receio ou irritação em relação à qualquer violabilidade do livro, que nunca marcam seus livros [de forma alguma] e gostam de mantê-los feito novos mesmo tendo-os lido e até relido, onde qualquer marca é sinônimo de depreciação e estrago, um ataque a conservação do livro. Deixar que outros cheguem perto da estante e folheie os livros causa aflição e emprestar torna-se um problema e quando o fazem gera angustia. Estes são os puristas dos livros.

 

Qual deste é você?

    Não vou aqui ser a defensora de uma ou outra maneira, apenas refletir um pouco sobre e elencar vantagens e desvantagens de cada uma. Até porque, a depender do livro, adoto práticas diferentes no cuidado, uso/leitura, manuseio, conservação/manutenção, e compartilhamento deles.

Curioso? Vem comigo! (...)

  Livros e Suas Características Subjetivas e Materiais

Por que adquirimos livros?

    Para entender um pouco essa dicotomia entre os leitores, precisamos compreender que o apelo para a aquisição de livros pode ir além do que apenas busca de informações e conhecimento através das páginas (especialmente nas edições físicas), ou seja, podem ser também sinônimo de status (para aqueles que começam sua própria biblioteca caseira), e também são como artigos de luxo para aqueles que compram-nos para coleções infindáveis (seja coleção específica, sobre algum autor e/ou tema, ou então uma coleção mais universalizada, com diferentes temas, gêneros literários e autores). (…).

      Biblioteca pessoal?

    Colecionar livros tem até um nome; bibliofilia [também chamada, as vezes, de Bibliomania] E, sabendo ou não disto, muitas pessoas adentraram nesta prática nos últimos anos. Não raro vejo leitores com mais de uma edição do mesmo livro, editoras diferentes, capas diferentes, tiragens diferentes: O conteúdo em si (o miolo do livro) é o mesmo de forma geral e já foi lido (ou não), porém há necessidade de se comprar outro com capa, modelo, diagramação, paginação e tradução diferente é grande.

Você se reconhece nisso? Se sim, pode crer que és um bibliófilo.

    Existe no bibliófilo MAIS do que mera vontade de ler o conteúdo, há também o zelo exacerbado pelo aspecto estético e preservação da forma mais intacta possível do livro: o livro deve permanecer com o MÍNIMO sinal de marcas de uso, e não deve ter danos (na capa, folhas, orelhas e lombada), deve permanecer com o MENOR sinal de deterioração ou desgaste.

    Seja como for, essa categoria de ‘leitor bibliófilo’ tem ganhado força, gostem os ‘puristas literários’ ou não. (…).

    (…) Hoje muitas editoras tem apostado do público bibliófilo, isto é, apostando em capas magníficas (capa dura) e Edições Especiais ou ‘de Luxo’ que desbancam, e muito, as versões ditas normais (geralmente Edições Brochura e as Econômicas). Isso quando não fazem Edições Limitadas, que são literalmente para colecionadores, muitas vezes em material Premium ou de Luxo, para eventos especiais (como Edições de Aniversário, por exemplo).

    Sim, o público bibliófilo tem crescido e, mesmo que estas edições sejam mais caras, várias editoras tem apostado nelas na hora de produzir alguns títulos e/ou autores famosos (ainda que as Brochuras dominem a produção total e de compra, no fim das contas).

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    Mas vamos combinar que, independentemente do tipo de leitor, alguns cuidados em conservação e limpeza devem ser assumidos, pelos defensores de ambos os lados, afinal não vamos confundir marcas de uso com desleixo [tem bônus no final dessa matéria: sobre como preservar seus livros].

    E também, vamos concordar que, também independentemente do tipo de leitor, emprestar um livro e não devolverem-no costuma ser um motivo de incomodo para todos que esperavam tê-lo de volta (afinal, há uma diferença entre emprestar e doar). Se não deixaram explicito se estavam te dando ou se estavam te emprestando, pergunte! [risos].

  Vantagens e Desvantagens em  Marcar os Livros

Por que marcar os livros? 

    Marcar um livro reflete as nossas expectativas quanto ao conteúdo e também a elaboração do nosso próprio pensamento, isto porque marcar (grifar, sublinhar, colar Post-Its, flags, criar notas, etc) um texto é fazer um fichamento de palavras ou ideias-chaves que nos chamaram a atenção.

    Auxilia, por exemplo, em resumos futuros, destaques de frases/trechos interessantes para referência futura, e ajuda em técnicas de apreensão do conteúdo em esquemas, ajuda na memorização e síntese do que foi lido. Por isso costumamos fazer marcações em material didático.

    Mas atenção: a tendencia é que, se o contudo lido for novo, surpreendente e/ou de difícil assimilação para você, o leitor tenderá a fazer mais marcações, por outro lado quando já esta habituado tenderá a marcará menos.

    Se você marcar compulsivamente muitos trechos numa mesma página, cabe avaliar “o que” e “porquê” você está fazendo isso, pergunte para si mesmo “com qual intuito estou marcando e como tais marcações me orientam nessa leitura? Como isso me serve?”. Marcar não é “enfeitar” o livro, ao realizar esse ato você tem que ter um propósito maior que esse.

Não é preciso fazer "carnaval", é possível marcar e ser sutil!

    Se for marcar, é preciso elencar o que você está marcando: “frases de efeito”? “passagens motivacionais”? “trechos engraçados? Românticos? Inteligentes? Reflexivos”? É um trecho que “sintetiza um pensamento e define algo”? É uma passagem cuja qual você “se identificou”? É uma passagem que “te ajuda a sumarizar o assunto?”, você quer marcar porque “gostou do raciocínio daquele trecho?”, vai marcar também trechos dos “Comportamentos dos personagens, diálogos ou situações na trama?”, vai marcar coisas que “não gostou"? E trechos que te "revoltaram?”.

    Ou seja, antes de sair marcando ou escrevendo nos livros você precisa definir o que está te motivando a fazer isso, estabelecer critérios e saber como isso te auxiliará depois que terminar a leitura. Por exemplo, pessoas podem usar marcadores, canetas, lápis ou Post-its de cores diferentes para diferentes critérios de marcação; porque isto é como um etiquetamento que classifica o conteúdo lido, e favorece consultas futuras. E há também quem escreva brevemente nos livros, ou em notas coladas neles, escreve o que pensou, o que sentiu, o que falou, o que refletiu, faz mini-resumo ou sumarização, rebate o autor com algum comentário, etc, de acordo com cada trecho destacado!

    Considere que marcar um livro é vê-lo através de suas próprias características subjetivas, marcamos o que nos enternece, o que nos impacta, oque nos marca. É uma forma de representação de si mesmo naquilo que esta lendo. O autor tem algo a dizer, mas o leitor também se insere e margeia aquilo, implementando sua existência ali naquelas folhas: As marcações escoram as particularidades do leitor.

    Muitos que marcam seus livros criam uma relação de proximidade com o próprio livro em outro grau: o pessoal. Pegar um livro, rever as passagens que você grifou, oque anotou sobre e como você interagiu com aquela leitura, tornam o livro único. O livro marca você e você marca o livro. Faz sentido?

    O autor dos livros estão eternizados em diferentes tiragens daquele conteúdo, mas aquela que você tem, através da maneira como você marcou e interagiu com o livro, eterniza você como o leitor daquele livro, em especifico. Não haverá outra pessoa no mundo que tenha marcado igual a você, jamais.

    Uma edição imaculada não chega perto daquelas marcações que você fez com as próprias mãos: Se a edição for roubada ou perdida, por exemplo, e você adquirir uma novinha em folha, com certeza sentirá imensa falta dos pontos que marcou, poderá aquirir uma edição nova e intacta, mas essa pode não ter o mesmo valor emocional e subjetivo (ao consultar o livro sentirá um imenso vazio em não encontrar as notas, post-its e grifos que antes lhe orientavam ali).

    As marcações que você faz são únicas e exclusivamente suas, marcam quem você era ao ler, num tempo, idade, época, lugar e espaço, nenhum outro conseguirá replicar. Mexe com nossa memória afetiva, aquele livro se torna seu amigo e toda vez que pega-lo e ver como interagiu com ele irá ativar suas lembranças de quando fez isso.  Também pode refletir sobre suas anotações naquela época, saber quem era e quem se tornou, se continua concordando com suas marcações e notas ou não! E como um album de fotografia, suas marcações nos livros são reminiscência suas!

    Mas avalie: “Enfeitar” o livro com grifos e Post-its te ajuda a se desenvolver como leitor? Ou você só o faz porque “é moda” ou “fica bonito”? Se sim, precisa reavaliar sua motivação ao utilizar tal prática! Além disso, sair grifando, etiquetando e criando mini-notas aleatórias e sem contexto pode fazer com que você se arrependa depois!

 

    E nem tudo são flores. Há ponto negativos, como:

1) Grifar livros não é recomendado em folhas com gramatura baixa, evite marcar em folhas muito finas, porque irá passar para o outro lado do papel e, as vezes, até para outras folhas e borrar tudo.

2) Falhas também precisam ser consideradas: Colar post-its e depois tentar tirá-los pode danificar as páginas, assim como escrever nos livros pode provocar borrões e dependendo da qualidade do papel e da caneta/lápis podem, com o tempo, manchar o papel (evite por exemplo canetas em gel e hidrocores pois demoram mais pra secar).

3) O envelhecimento mais rápido, precoce, dos livros tem que ser avaliado. Tenha em mente que não da pra saber como o papel do livro lidará com tais marcações ao longo do tempo. Quem marca tem que saber que livros não são indestrutíveis e nem imperecíveis, e que o manuseio constante deles e marcações diversas pode, com o tempo, oxidar mais rápido e degradar folhas. Mas isso é bem relativo, e tudo depende da qualidade das folhas [tenho livros não marcados que se degradaram e as paginas estão amarelando mais rápido que outros cheios de marcações). Assim, amarelar mais devagar ou mais rápido é bem mais sobre a qualidade das folhas, e menos sobre as marcações. Mesmo assim, considere o fator ‘degradação’ antes de sair marcando tudo!

4) Uma revenda ou doação do livro geralmente exige “bom estado de conservação”, logo, ter “rasuras e marcações” não coloca seu livro numa classificação de ‘boa aquisição’ para um novo comprador/leitor, afinal o novo dono não quer saber quais as suas opiniões sobre a obra. Emprestar também pode ser um tanto embaraçoso, porque o outro leitor irá ver como você interagiu com o livro, oque pode te ‘expor’ em alguns níveis pessoais.

 Vantagens e Desvantagens em Não Marcar os Livros

Por que não marcar os livros? 

    O colecionismo trás vantagens materiais e subjetivas iminentes, manter tais livros como acesso privado e doméstico indica como o conteúdo consumido é respeitado em razão do discurso histórico, da memória e a identidade disso no coletivo; o leitor que não rasura é tido como privilegiando obras quase que com uma reverencia documental, sua coleção é um acervo, e tudo tem que esta intacto. (...)

    (…) A relação com os livros consumidos é então focado na melhoria contínua da estante e dos livros imaculados, que geram imensa satisfação em quem os mantêm: Primeiro por conseguir desfrutar das obras, segundo porque uma coleção particular pode denotar relações de poder e valor (nem todo mundo consegue manter uma biblioteca particular, logo uma que seja imaculada e preserve os livros de maneira eficaz geralmente garante status).

    Manter a própria biblioteca particular o melhor possível é como zelar pela preservação de um patrimônio que adquirimos (os livros são parte do patrimonio e passará para outras gerações). 

    Inclusive, muitos leitores podem descobrir que possuem edições já esgotadas, raras, exclusivas, limitadas e/ou não mais produzidas daquele jeito, presentes em sua estante; isso torna o patrimonio mais caro, na visão daqueles que não o detêm. E se, por algum motivo os livros forem repassados ou revendidos, atenderão às necessidades de múltiplos públicos, que poderão ler tais livros livres das impressões do primeiro dono.

    Mas, em geral, vamos concordar que o colecionador não pretende revender, então: Querendo nós admitirmos isso ou não, não marcar um livro para não abalar a estética dele fala de vê-lo principalmente por suas características materiais. É uma relação com o objeto livro, uma relação de posse do objeto. Mas também é errado supor que as pessoas só não marcam por zelar mais pelo material que pela leitura, pelo contrário essas pessoas também podem ser leitores assíduos e dedicados. É possível ser um excelente leitor e ter uma biblioteca intacta SIM.

    Há quem evite sublinhar, grifar e/ou anotar, colar Post-its e etc nas páginas dos livros, e tudo bem. Essas pessoas, quando encontram trechos incríveis, anotam em outro lugar, sem usar o livro como suporte.

    Uma dica: Se esta for sua preferência, você pode adquirir um caderninho extra para copiar os seus trechos favoritos (podem até ser cadernos diferentes para cada tipo de trechos, assim ao invés de livros cheios post-its coloridos, grifos e anotações, terá vários livrinhos de suporte, uma “mini enciclopédia pessoal de trechos diversos” organizado, “mini-diários de leitura”) assim você consegue guardá-los para sempre e depois de algum tempo você vai construir um belo registro da sua história como leitor!

    Você pode anotar digitalmente também, porém as neurociências já comprovaram que escrever com o próprio punho é muito mais elaborado que digitar, logo, escrever fixa mais na sua cabeça porque há mais áreas envolvidas que se ativam no seu cérebro quando você realiza a atividade de escrita, então para aqueles que querem apreender conteúdo o melhor é fazer a mão. E também por isso até seja excelente fazer uso de caderninhos/diários de leitura, porque é mais rico fazer isso que apenas grifar ou colar Post-its, apesar de bem mais trabalhoso.

Mas nem tudo são flores. Existe pontos negativos, como:

1) Avalie oque é importante para você. Se você percebe que não tem receio algum de marcar nos E-books, ou livros já de segunda mão, vindos de cebos, e se você gosta de usar Post-its, marcadores de texto e fazer notas. Então de onde vem o medo com as aquisições físicas novas? E se você for aderir ao “diário de leitura”, realmente terá tempo e paciência para transcrever seus trechos favoritos?

2) Avalie se a estética passou a valer mais que o conteúdo lido. Se, nos livros didáticos ou nos E-books é pratico que você marque com Post-its, cria notas escritas, contorna e grifa e isso sempre te ajuda e orienta. Por que não com os livros não-didáticos? O livro como objeto é mais importante que nossas percepções sobre o conteúdo lido? Avalie oque é melhor para você.

Por exemplo, sabe quando aquele temor, aquela peninha, de deixar marcas atrapalha a leitura em si? Quando aquela falta de coragem de marcar algo limita a sua leitura e assimilação do conteúdo lido? Sabe quando se compra mais do mesmo livro para lê-lo quando for possível novamente ou, simplesmente, pra tê-lo na coleção? Ou quando você compra mais livros do que lê realmente? Então, é por isso que muitos ‘leitores puristas’ acusam os bibliófilos de não serem ‘leitores’ e sim ‘colecionadores’, ainda que os colecionadores também leiam o material.

  Mas, Afinal, Devo Marcar ou não Meus Livros?

Faça um teste, veja oque você prefere:

(1) Se você, ao reler os livros ou consultá-los para buscar trechos específicos, sente como se fosse encarar um estranho, se você não consegue achar suas passagens favoritas ali, e se isso te incomoda, então talvez seja preciso reavaliar sua relação com a leitura, e começar a marcar o livro. Ou;

(2) por outro lado, tem pessoas, que ao reler o livro ou consultá-lo prefere-os imaculados porque assim não se prendem às suas primeiras impressões, podendo lê-los como se fosse a primeira vez, para elas é bom encarar o livro como um estranho, e não se preocupam em achar trechos com os quais se relacionaram na primeira leitura. Se assim você preferir e lhe deixar satisfeito, então marcar talvez não seja ideal pra você.

  CONCLUSÃO: Marcar ou não marcar os livros?

    Talvez todos nós reconheçamos a essência do debate: no final talvez não seja sobre escolher uma ou outra forma de lidar com os livros, mas sim mesclar ambas, dependendo da necessidade e especificação de cada livro, de cada autor, de cada temática, de cada genero literário, e de cada leitor em relação a isso tudo.

    Obviamente que teremos um receio gigante e tenderemos a não marcar livros raros, esgotados, ou de edição limitada, é compreensível. Por outro lado não significa que devamos tratar todos os livros mais como uma posse do que um meio para um fim.

    A leitura deve proporcionar prazer e conhecimento ao passo que desenvolve a criatividade, a imaginação, a escrita, a comunicação e o senso crítico. Ao ler é necessário que você processe cada trecho que esta lendo, reflita sobre cada paragrafo que você lê, converse com o autor, dialogue de verdade com ele, refute algumas ideias, concorde com outras. Independentemente das estratégias que você adote, a sua leitura não deve ser engessada e passiva, deve ser ativa e interativa!

    … Então você não deve escolher entre “marcar ou não marcar o livro”, você deve verificar quais práticas ampliam todas essas potencialidades em você como leitor.

  Bônus: Dicas para TODOS os tipos de leitores, como preservar melhor seus livros

Vamos combinar que, independente do tipo de leitor que você é, não é pra ser desleixado!

    IMPORTANTE DIZER: a deterioração das páginas é natural, vai acontecer você marcando ou não seus livros. O papel é nada mais que matéria orgânica (celulose), por isso é normal que as folhas envelheçam com o tempo pelo simples fato de estar em contato com o oxigênio. Com o tempo as páginas ficarão amareladas, cobreadas e por fim marrons [e esse processo pode variar de livro para livro, a depender da qualidade das páginas].

 

    A melhor maneira de evitar que seus livros fiquem com as páginas amarelas muito rápido é retardar o processo de envelhecimento, com medidas como;

1) Mantenha sempre as mãos limpas ao manusear os livros, lave-as ou passe álcool antes de manipular o livro, isso evita sujar ou engordurar o livro desnecessariamente. E jamais manipule os livros comendo ou bebendo algo, para evitar acidentes.

2) Não molhe os dedos com saliva para trocar as páginas, a saliva é acida e isso aumenta a saturação do papel, além de não ser higiênico.

3) Evite deixar os livros expostos ao sol e ao calor, a luz e o calor diminuem consideravelmente a durabilidade do papel e altera as cores da impressão. Sim, sol e calor degrada e envelhece seus livros mais rapidamente, estão se você tem alguma estante onde bate sol, é melhor mudá-la de local, ou migrar os livros para outro comodo arejado, mas que não os exponha a luz solar diretamente.

4) Nada de flores secas, fotos, clipes, grampos e similares nas páginas, tais enferrujam ou soltam pedaços que podem acidificar o papel e degradá-lo mais rápido ou danificar as paginas.

5) Não dobre a capa do livro ao ler, e evite abrir muito o livro, pois quando se dobra a capa dos livros [utilizando as orelhas como marcador por exemplo] ou quando se abre o livro a mais de 180 graus, isso pode causar danos as folhas que podem se soltar e a pressão pode danificar a lombada do livro, além de criar orelhas.

6) A fumaça do cigarro e as cinzas amarelam e mancham os livros, além do odor que fica no material; portanto, não fume perto das obras e mantenha livros longe de fumaça. Manter livros próximo a área da cozinha de sua casa deve ser evitado ao máximo também!

7) Os livros precisam de ar, estantes fechadas, armários, baús, caixas e etc, funcionam como estufas e facilitam a proliferação de insetos e a retenção de umidade. Mas, independentemente de onde os livros estejam, verifique sempre se há existência de traças e cupins [se tiver, inseticide a estante e limpe os livros adequadamente um por um].

8) As estantes onde você armazena os livros devem estar livres de pó e poeira e, pelo menos a cada seis meses, limpe a estante e passe um pano limpo e seco [não passe pano molhado e nem umedecido de maneira nenhuma, pois umidade pode causar fungos, bactérias e mofo nos livros] em cada um dos seus livros, e folheie as paginas deles suavemente para elas respirarem e depois guarde-os novamente na estante já limpa. Lembre que quanto mais sujeira na sua estante, maior a oxidação das páginas e degradação dos livros!

9) Guarde seus livros em uma estante na vertical, sem pressioná-los uns nos outros [nada de aglomerar, amontoar e empilhar] e deixe um espaço entre os livros guardados na estante e a parede para protegê-los da umidade.

10) Não plastifique seus livros, vai impedir que a capa respire e, inclusive, pode acelerar a degradação, dependendo do livro e do material utilizado. A curto prazo a pessoa que encapa o livro ou cola qualquer tipo de ‘filme plástico’ em cima da capa acha que esta preservando-o [pode ser que até ajude em relação a não molhar na chuva, segurar com as mãos sujas, e se cair café ou algo do tipo é mais prático limpar], mas o ideal é serem apenas ‘capa de proteção por curto período de tempo’, não deixe tais plásticos para sempre encobrindo a capa do seu livro.

    Ainda sim os livros vão amarelar com o passar do tempo, daí investir em Restauração Profissional pode ser útil para manter o material por mais tempo, caso a edição seja muito amada por você. Jamais tente restaurar sozinho, muito menos tente lixar ou pintar o amarelado, isso pode deixar um aspecto ‘melhorzinho’ no começo, mas dependendo do caso pode também acelerar a degradação a longo prazo!

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