A Atlântida, de Platão: entre a realidade e ficção

Atlantida. O continente perdido de Atlantida. Atlantida é Real? Oque sabemos sobre Atlantida?

  [RESUMO] Diálogo de Crítias

A Atlântida, de Platão: entre a realidade e ficção

Ficha Técnica

Título: ‘Diálogo de Crítias’

Autor: Platão

Ano: aproximadamente 360 a.C.

Atenção, este resumo possui spoilers (obviamente).

 

Atlântida, de Platão.

    O debate acerca de ser um local real ou fictício é extenso, como realidade é um preceito que exige uma coletiva aceitação, e não se encontrou indícios e provas concretas sobre a veracidade desta ilha continental denominada Atlântida, alguns delegam a ela apenas o status de Ficção, algo próprio da imaginação; enquanto há muitos outros que creem piamente em sua existência real e a procuram até hoje. De fato, muitos mistérios rondam a famosa Atlântida, desde teorias mais coerentes até as conspiratórias (...)

Atlantida. Continente perdido de Atlantida. A Atlantida é real?

   Mas você sabe de onde deriva, qual a primeira menção, a história (ou estória) de Atlântida?

   Pois é, a famosa “Atlântida” surge no texto “Timeu e Crítias” de Platão, mais propriamente falando no “Diálogo de Crítias”. 

Platão. Ilustração de Platão. Livros de Platão. Filosofia
Platão

    Tal diálogo trás um monólogo escrito por Platão, através da personagem Crítias (utiliza-se aqui o nome ‘personagem’ apenas em sentido textual, porque Crítias pode, ou não, ter sido uma pessoa real daquela época) que narrará um conflito entre as cidadelas de Atenas e Atlântida.

    Foi porque eu percebi que na Internet há poucos sites que disponibilizam a história/estória de Atlântida na integra [e quando disponibilizam está numa linguagem muito rebuscada dos livros de filosofia, ou então tão resumidos e com passagens que não pertencem ao texto original e isso corrompe o entendimento do texto de Platão] que aqui nesse resumo sumarizado assumi a responsabilidade de adaptar o texto, que é praticamente um “conto”, para uma linguagem mais acessível e organizada, sem perder o tom do original.

    Gosta de ler uma boa narrativa? Quer conhecer essa história/estória? Vem comigo!

  A Atlântida, diálogo de Crítias

    Entre um diálogo entre Sócrates, Hermócrates, Timeu e Crítias [cujos quais Platão usa como personagens em seu texto], após Timeu terminar sua fala sobre a formação do universo, do mundo, dos elementos e das criaturas [deuses, humanos, animais e plantas], Crítias inicia o seu próprio discurso sobre duas civilizações outrora notáveis:

    "Crítias diz: (...) O que aqui menciono viera do Egito, trazido por Sólon, o mais sábio dos Sete Sábios que, à época, era membro da família e muito amigo do meu bisavô Dropidas. Meu bisavô repassou tal história a Crítias, nosso avô, a respeito de quem tenho mesmo nome. E assim meu avô, que tinha quase noventa anos quando eu não tinha nem dez na ocasião, contou-nos de memória grandes e admiráveis feitos da antiguidade desta nossa cidade, a maior de todas, que tinha sido esquecida graças ao tempo e à destruição da humanidade (…)

A tal narrativa teria vindo do Egito, Sais.

    (…) Depois de assimilar tudo o que ouviu, Sólon, naquela época, registrou e a posterior traduziu do egípcio para a nossa língua (grega). Esses escritos estavam em posse de meu avô e ainda os tenho hoje, os quais estudei até a memorização quando criança, tal como meu avô. Contar-vos-ei, então, assim como foi (...)

    (…) Nove mil anos já se passaram desde a guerra entre aqueles que viviam além dos Pilares de Hércules/ Estreito de Gibraltar (forças de Atlântida) e as forças da nossa Atenas arcaica. Se nos lembrarmos bem do que os antigos sacerdotes [do Egito] disseram-nos noutrora, e que foi trazido aqui por Sólon, este relato trata do mais grandioso, com toda a justiça, e o mais notável feito que nossa cidade Atenas já executou (...)

    (…) Mas comecemos do começo. Há no Egito, na extremidade inferior do Delta, em torno da área onde a corrente do Nilo se divide, uma região chamada Saiticos; e a maior cidade desta região chama-se Sais. Diz-se que esta cidade foi fundada por uma deusa cujo nome em egípcio é Neith, e em grego, segundo o povo que ali vive, é Atenas. Portanto, os egípcios têm grande simpatia pelos atenienses e dizem que são, de certa forma, nossos parentes. Sólon disse que, enquanto esteve lá, era muitíssimo respeitado por eles. Foi assim que teve a oportunidade de perguntar aos sacerdotes mais eruditos sobre os acontecimentos de eras mais antigas e descobriu o que era desconhecido de qualquer grego (…)

    (…) a respeito do porque fadamos a esquecermos, foi dito a Sólon, que disse a Dropidas, que disse a Crítias, que disse a mim: Sempre que os deuses provocam um dilúvio para purificar o mundo com água, são os pastores que permanecem seguros nas montanhas, enquanto aqueles de vós que vivem nas cidades são arrastados para o mar pelo fluir e o volume dos rios que se elevam. Mas aqui neste lugar [Egito, Sais], as águas não fluem através dos nossos campos de maneira alguma, mas, pelo contrário, irrompem naturalmente do fundo da terra, e só desta maneira. É por isso que se diz que nesta região [Egito] se preservam as tradições mais antigas (...)

    (…) Portanto, desde os tempos antigos, tudo o que acontece em sua terra, aqui, ou em qualquer outro lugar, que sabemos através do que ouvimos, se é algo belo, maravilhoso ou de qualquer outro tipo, isso está gravado em nossos templos e ainda preservado. Por outro lado, quanto a vós, no momento que um diluvio lhes sobrevêm, a mando dos deuses [o que costuma ocorrer habitualmente dentro de um número de anos], isto recai sobre vós como uma doença e deixa entre vós apenas os incultos; de modo que parece, tú e teu povo, que nascestes de novo, como crianças, nada sabendo das coisas antigas. Vós, gregos, são todos crianças (…)

    (…) e continuaram a maravilhá-lo: De qualquer forma, Sólon, as histórias verdadeiras diferem um pouco das estórias infantis, pois as estórias só mencionam um dilúvio no mundo, mas na verdade houve muitos. Por isso não sabes que foi em sua própria região onde surgiu a mais bela e grandiosa linhagem dos homens, da qual tú e toda a tua cidade [Atenas] são descendentes. Mas apenas uma pequena semente restou daquela época, afinal, perdestes a memória dos velhos tempos, pois os sobreviventes de outrora morreram sem deixar provas por escrito para as próximas gerações se educarem (...)

    (…) porém lhes educo agora, na verdade, Sólon, no tempo anterior à maior destruição provocada pela água, a cidade que agora pertence aos atenienses era a mais forte na guerra e a mais poderosa em todos os sentidos. Diz-se que ela [Atenas] realizou os mais belos feitos e criou as instituições políticas mais notáveis dentre todas as que debaixo do céu obtivemos notícia (…)

    (…) Sólon então desejou ser informado acerca de tudo com mais detalhes, e assim foi-lhe concedido: Ó Sólon, por respeito a tú e à vossa cidade, e acima de tudo por gratidão à deusa, que trouxe boa sorte para tua cidade e a esta também, pois ela criou e educou-nos, primeiro criou a tua mil anos antes da nossa, e depois nós. Nossa cidade foi organizada há oito mil anos, por isso, o relato que vou contar-vos é acerca dos cidadãos, de vossa cidade Atenas, que viveram há nove mil anos atrás e também sobre os feitos mais nobres que praticaram (…)

    (…) e então, assim passou a ser sabido por nós: Após a partilha dos deuses, pois estes dividiram todas as terras [conhecidas abaixo do céu] entre eles, e estabeleceram, cada um, templos e sacrifícios em benefício próprio, guiando os homens em seu território como se fossem pastores com seu gado. Atenas tinha gosto pelo conhecimento e pela arte, por natureza era adequada à virtudes e à sabedoria, por isso ela guiou homens bons, os autóctones, e introduziu-lhes ordem e intelecto (...)

Deusa Atenas. Atenas. Grécia. Deuses Gregos. Mitologia Grega
deusa Atenas

    (...) Como a deusa [Atenas] era amante da guerra e da sabedoria simultaneamente, ela escolheu um bom lugar e povoou-o antes dos demais, pois ali era-lhe favorável à criação de homens que se assemelhassem a ela. Vós viveram, portanto, regido por aquelas leis vindas da deusa, ainda melhores que as nossas, e, além disso, regidos por uma boa organização política; e vós atenienses de outrora eram superiores a todos os homens em virtude, como seria de se esperar dos descendentes e discípulos, rebentos, dos deuses (…)

    (…) Vós tinham tudo o que era adequado para a vida pública, fossem moradias ou templos, exceto ouro ou prata, pois disso não faziam uso, mas, por buscarem o meio-termo entre a arrogância e a subserviência, viviam em residências organizadas, onde cresceram vós e vossos netos, que iam repassando seus legados aos outros novos membros da família ininterruptamente. E garantiram a todo custo que o número de homens e mulheres que lutasse, ou poderiam lutar, fosse sempre o mesmo: cerca de vinte mil (…)

Acrópole de Atenas, Atenas lugar. Mitologia Grega
Acrópole de Atenas
 

    (…) Por serem assim e sempre administrados com a mesma orientação, à luz da justiça, a vossa cidade de Atenas gozava de grande reputação em toda a Europa e em toda a Ásia, graças à beleza dos vossos corpos e a todo tipo de virtudes que detinham em vossas almas, bem como seus homens eram famosos dentre todos os homens da época (...)

    (…) E então se fez conhecer aqueles que viriam a entrar em conflito com os atenienses: Por outro lado, Poseidon manteve a porção de terra que se tornaria a Atlântida. Existia antigamente uma planície central ao longo da ilha, em direção ao mar, que se dizia ser a mais bela de todas as planícies e de considerável fertilidade, ali vivia uma mortal de nome Clito (…)

Poseidon. Deus Poseidon. Mitologia Grega. Estatua Grega. Estatua Poseidon
Deus Poseidon
 

    (…) falemos então sobre A Atlântida: Poseidon teve muitas esposas, uma delas foi a mortal Clito. Para construir um lugar seguro para mantê-la, transformou a montanha onde ela morava em um círculo e construiu anéis de terra ao redor, alternando com anéis de mar, alguns maiores e outros menores, de modo que assim ficou; dois anéis de terra e três anéis de mar, moldados a partir do centro da ilha e de igual comprimento em todos os pontos. Foi o próprio Poseidon quem facilmente organizou assim, porque era um deus. Também fez surgir do solo duas fontes de água, uma quente, outra fria, que corriam de uma fonte, e fez brotar da terra alimentos variados e suficientes. (...)

Atlantida. Ilustração de Atlantida. Anéis de Atlantida. Ilha de Atlantida. Atlantida. Continente perdido de Atlantida. A Atlantida é real?

    (…) Com Clito Poseidon teve 10 filhos (5 pares de gêmeos), depois que nasceram deu-lhes nomes, ao mais velho deu não só um nome, como também o título de rei; O primeiro rei chamava-se, então, Atlas*, nomenclatura derivada do mar onde a ilha estava, chamado Atlântico, bem como o que deu origem ao nome da ilha, Atlântida (...)

    (…) Então Poseidon dividiu toda a Ilha de Atlântida em dez partes; deu ao primogênito (Atlas) a morada da mãe na montanha (no centro da ilha), junto com a terra ao redor, que era a maior e a melhor, e nomeou-o rei de todos. Os outros nove filhos [cujos nomes eram Amperes, Autocton, Mneseus, Evemon, Azaes, Diaprepes, Elasippus, Mestor e Eumelus] delegou-lhes a função de governantes das outras nove regiões da ilha.

    *obs: Esse Atlas, filho de Poseidon, não é o mesmo que o Titã Atlas condenado a sustentar os céus por toda a eternidade. São Atlas diferentes.

    (…) De Atlas, filho de Poseidon, nasceu uma linhagem numerosa e honrada; O rei, o mais velho, sempre passou a monarquia para o mais velho de seus descendentes, e assim permaneceu por muitas gerações. Além disso, possuíam grande riqueza, do tipo que nenhuma família real havia conquistado antes e que não era fácil de conseguir igualar mesmo depois da queda de Atlântida. Era assim, pois estavam providos de tudo que necessitavam, tudo era-lhes garantido naquela cidade e em todo o território (...)

    (…) Na Atlântida os mineiros extraíam uma substância chamada orichalcum (um tipo de cobre das montanhas, usado como ornamento para cobrir superfícies), extraída em vários locais da ilha e que naquela época, depois do ouro, era a mais valiosa matéria (…)

    (…) A Atlântida tinha os seguintes tamanhos: A ilha central, que era a maior e melhor e foi dada a Atlas, e onde se localizava a zona Real, tinha ao total cerca de 888m de diâmetro. Em volta dessa área real, e também ao redor dos anéis da ilha central e também nas laterais da ponte central, que tinha 29,6m de largura (quase um prédio de 10 andares só de largura); construíram um muro de pedra e colocaram torres e portões de cada um dos lado da ponte, bloqueando o acesso pelo mar. As paredes ao redor do exterior do anel e ao redor do perímetro eram revestidas com cobre, que usavam como tinta, as do interior revestidas com estanho derretido e as do meio com Orichalcum que brilhava como fogo (…)

    (…) A ilha central, a qual tinha 888 metros de diâmetro, era cercada por dois anéis de terra e três anéis de mar, que estavam dispostos nos seguintes tamanhos: o maior dos anéis, aquele que era o mais exterior e por onde passava o mar, tinha 532,8m de largura [e o anel terrestre subsequente a ele tinha quase a mesma largura]. O segundo anel com água tinha 355,2m de largura [e a parte terrestre tinha tamanho semelhante ao anel de água]. Já aquele ao redor do centro da ilha, com água, tinha apenas 177,6 metros de largura. (…).

    (…) Porque tinham tudo ali, construíram templos, residências reais, portos, docas navais e melhoraram todo o território, organizando e tornando tudo ainda melhor. Primeiro, construíram pontes sobre os anéis marítimos que rodeavam a antiga cidade [no centro], criando acesso do exterior ao recinto real. Construíram uma estrada de acesso do mar até aquele ponto, como se fosse um longo porto (…)

 Atlantida. Continente perdido de Atlantida. A Atlantida é real? Ilustração de Atlantida, ilha de Atlantida

    (…) também abriram barra adequada para a entrada de navios de grande porte, abrindo os anéis terrestres, dando acessos para os anéis marítimos serem navegáveis de um para o outro, aderindo à direção das pontes, e tendo cada um desses acessos terraços respectivos; criando um acesso de canais com espaço para uma Trirreme (espécie de embarcação grega da época); De qualquer forma, as bordas dos anéis terrestres eram altas o suficiente para suportar o mar (...)

    (…) sobre a cidade e a zona circundante das antigas edificações, em relação as fontes do centro da ilha, canalizaram-na por meio de condutos ao longo das pontes. Daí construíram vários templos de muitos deuses, vários jardins e ginásios, uns para os homens, outros, à parte, para os cavalos, em cada uma das ilhas dos anéis (…)

    (…) Dizia-se que o centro da ilha era muito alto e íngreme em relação ao nível do mar, mas os anéis em sua borda eram perfeitamente nivelados. Ainda sim, a vasta área plana dos anéis era também cercada por montanhas, circulares como seus anéis, que se estendiam, igualmente seus anéis, até o mar. (…)

Atlantida. Continente perdido de Atlantida. A Atlantida é real? Ilha de Atlantida, ilustração de Atlantida 

    (…) As montanhas que a rodeavam, naquela época, eram famosas pela sua quantidade, imponência e beleza, superando tudo o que existe hoje; nelas havia aldeias ricas e numerosas, rios, lagos e prados, que forneciam alimento abundante para todos os animais selvagens e domésticos, e florestas abundantes e nas quais havia uma grande variedade de espécies, com uma fonte inesgotável para qualquer tipo de necessidade, geral ou específica. Atlântida recebia água, feito fossem riachos, que desciam das montanhas, é assim que carregavam lenha da montanha à cidade, através do fluxo de água que descia das montanhas (…)

    (…) Além disso, as florestas forneciam tudo o que os carpinteiros podiam querer. A ilha produzia tudo em abundância e, no que diz respeito aos animais, alimentava convenientemente tanto os domesticados como os selvagens, incluindo a raça dos elefantes, a maior e mais barulhenta da natureza, que existia em grande número em Atlântida. Porém, também havia pasto para outros seres vivos, os que viviam nos pântanos, lagos e rios, e os que pastavam nas montanhas e planícies. Frutas, verduras e grãos eram produzidos em abundância, colhiam os frutos da terra duas vezes por ano, naquela época a extraordinária ilha, quando ainda estava sob o Sol, plantava todas essas coisas lindas e admiráveis em quantidades ilimitadas (...)

    *ou seja, todos os desenhos que encontrei falham em algum aspecto ao desenhar a ilha central, pois esta deveria ser maior e deveria ser ingrime e alta no centro, sendo assim, maior que as porções de terra dos anéis que circundam a ilha. E ao redor da ilha central e seus anéis, deveriam desenhar uma vasta cadeia de montanhas em circulo e abundantes de florestas, que se perderiam-se nas lonjuras por sua vastidão.

    *Também falham em desenhar a ponte e os canais, pois a ponte deveria ser grossa, enquanto os canais deveriam ser pequeninos, com espaço para apenas uma embarcação (Trirreme) por vez passar, e aderindo a mesma direção da ponte. Além disso, esses canaizinhos que ligam um anel de água a outro não seriam vistos por visão aérea no mapa porque possuem um teto, ou seja, estão mais pra “túneizinhos” que ligam um anel de água a outro.

    (…) Ao atravessar os portos, dos quais eram três, se estivesse tú vindo do exterior, veria uma muralha que começava no mar estendendo-se em círculo, em cada ponto a 8880m de distância da região principal e do porto, e fechava na barra daquele canal. Numerosos edifícios estavam concentrados em todo este lugar, e o canal e o porto maior estavam cheios de navios e comerciantes vindos de todos os lados, e, como eram tantos, causavam tumulto e barulho por toda a área, o tipo de ruído que persistia durante dia e noite (…)

    (…) Os estaleiros navais estavam cheios de trirremes e tantos acessórios quantos fossem adequados para trirremes, todos preparados da forma mais capaz (...)

Atlantida. Continente perdido de Atlantida. A Atlantida é real? Ilha de Atlantida. Ilustração de Atlantida, Imagem de Atlantida

    (…) sobre a zona real, a acrópole de Atlântida: era grandiosa, pois dizia-se que era dedicada ao deus Poseidon e aos seus descendentes, por isso cada novo rei dedicava-se fazendo uma obra melhor que a anterior, para engrandecer o lugar e torná-lo ainda mais agradável. Quanto à forma como a área real estava organizada, no centro da ilha existia um templo sagrado dedicado a Clito e Poseidon, que era quase inacessível, pois estava rodeado por uma cerca dourada que impossibilitava o acesso aberto. Lá estava a naos (barco) de Poseidon, que tinha 177,6m de comprimento e 88,8m de largura, a parte externa era toda prateada com os cantos em ouro, a parte interna era feita de marfim com ouro, prata e orichalcum, e também as paredes, todas as colunas, pilares e piso feito de orichalcum (…)

    (…) Neste templo também havia estátua do deus Poseidon em ouro, segurando as rédeas de seis cavalos alados, que tocavam o teto com a cabeça; Ao seu redor havia cem Nereidas montadas em golfinhos e um altar. E havia também muitas outras estátuas: Ao redor da Naos e também do lado de fora, foram erguidas representações douradas de todas as mulheres e descendentes dos dez reis, e muitas outras grandes estátuas de reis e também dos demais governantes. Era neste local, no centro, que todos os anos os descendentes dos príncipes das 10 linhagens reais, cada um deles, entregavam as primícias sagradas das dez partes da ilha (…)

    (…) Ainda no centro havia aquelas fontes que falei, uma de corrente fria e a outra de corrente quente como foram criadas por Poseidon a principio, aos sopés os Atlantes construíram edifícios à sua volta e também plantaram árvores e fizeram reservatórios, uns abertos ao céu, outros cobertos, com a esperança de banhos quentes durante o inverno (de um lado ficavam os banhos reais, do outro os banhos privados, ainda outra parte para mulheres e o restante para cavalos e outros animais de julgo). O riacho ia para o bosque sagrado de Poseidon, que possuía todos os tipos de árvores de beleza e altura divinas, graças à fertilidade da terra (…)

    (…) Entre outras coisas, havia no primeiro anel da ilha [aquele mais próximo ao centro] um hipódromo, à parte, cujo comprimento compreendia a totalidade do perímetro do anel, para a competição dos cavalos. Em toda a volta, havia por toda a parte aquartelamentos para um grande número de guarda-costas como guarnição (…)

    (…) Em termos de população, cada região (do centro e dos anéis) tinha 1.776m por 1.776m, e, no total, eram sessenta mil áreas. O número de homens das montanhas e do resto do território era considerado incerto e todos foram designados por local e aldeia. Assim foram organizadas as tarefas militares da cidade real: um total de dez mil carros (com cavalos e cavaleiros) e uma tripulação de mil e duzentos navios. Em relação às nove regiões restantes da ilha, acontecia o contrário, mas isso demoraria muito para explicar [Obs: é Crítias quem diz isso e não explica-nos, não é preguiça minha não, haha]. (…)

    (…) por fim, sobre as leis: Cada um dos dez reis tinha pleno poder em sua própria região, sobre as leis e os homens, pois podiam impor punição e sentença de morte a quem quisesse. Mas entre si, as relações mútuas dependiam das leis que Poseidon lhes transmitiu e que os primeiros reis escreveram numa estela (uma espécie de tábua) feita de orichalcum, que ficava no meio da ilha, no templo de Poseidon (…).

    (…) Os reis se reuniam ali a cada cinco e a cada seis anos, alternadamente, e assim distribuíam ciclos uniformemente em anos pares e ímpares; Eles costumavam discutir as ações uns dos outros, questões comuns, e sobre se algum deles havia violado alguma regra ou lei, e se sim, eles o julgavam. Este julgamento costumava ser feito com promessas mútuas de boa fé. Para isso, capturaram um touro sem usar armas pesadas (usando paus e redes) e o matavam para que seu sangue mostrasse os escritos na tábua, sob esta escritura eles juravam que seguiriam os rituais e que só governariam conforme estava ali estabelecido, de acordo com as leis(…)

    (…) A lei principal era: nunca, em circunstância alguma, lutarem entre si caso algum deles tentasse derrubar a família real. E deveriam ajudar uns aos outros caso algum deles tentasse alguma vez destituir a família real. E não era lícito a um rei mandar executar qualquer membro da sua família, a menos que tivesse o voto de metade dos dez reis (…).

    (…) Enquanto foram obedientes às leis e mantiveram-se indulgentes à ascendência divina; em todos os aspectos aspiravam a pensamentos verdadeiros e grandiosos e faziam sempre uso da delicadeza juntamente com a prudência no relacionamento entre si. Tinham acima de tudo a própria virtude e, por respeitar a virtude, eram razoáveis e moderados para com todos. Nem riqueza, nem ouro, podia inebriar suas mentes nem lhes fazer se rebelarem, não abriam exceção alguma quando tinham de manter a virtude (…)

    (…) Foi graças a esta forma de pensar e à natureza divina que tinham em si que aumentaram todas aquelas riquezas de que falávamos. Mas quando a parte divina começou a se extinguir, porque se misturou excessivamente com a linhagem dos mortais, tendendo o carácter humano que é falho começado a dominar neles, então foram incapazes de suportar a sua condição virtuosa, e caíram em desgraça. Aos olhos de quem tem discernimento eles pareciam desavergonhados, pois haviam destruído o bem mais nobre que advêm da honra [a virtude] (…)

    (…) Sobre porque Atlântida ruiu: não conseguiam discernir a conduta que correspondia à verdadeira felicidade, então mesmo em desgraça de virtudes, davam a impressão de serem extremamente belos e felizes, mas na alma estavam impregnados de arrogância injuriosa e de necessidade de poder (...)

    (…) assim, embora já tivessem muito do bom e do melhor ali, também muito viera de fora depois, por causa do império que mais tarde se tornou a Atlântida, devido sua corrupta expansão, embora não precisassem disto porque a própria ilha lhes fornecia a grande maioria dos bens necessários (…)

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    (…) e assim entrou em cena os atenienses: Os feitos de sua cidade (Atenas arcaica), ó Sólon, são muitos, o que é para nós motivo de admiração dos registros que ainda estão aqui [no Egito, Sais). Mas, dentre todos eles, um se destaca pela grandiosidade e beleza; nossos escritos referem-se a como vossa cidade de outrora extinguiu esta potência (Atlântida) que, naquela época, marchava insolente por parte da Europa (alcançando a Etrúria [hoje Itália]) e parte da África (Líbia), através do Mediterrâneo, e tentou prosseguir para a Ásia Menor (atual Turquia e outros países da região), depois dos Atlantes saírem do Oceano Atlântico, quando o mar dificilmente poderia ser atravessado de verdade, porque em seu lugar havia lá essa ilha, perto do estreito que vós chamam de Colunas de Hércules (hoje é chamado Estreito de Gibraltar). Essa ilha era a Atlântida. (…)

    (…) Vós dizeis; essa ilha (Atlântida) era maior do que a 'Líbia'* e a 'Ásia'* juntas, de facto, aquilo que está aquém do estreito de que falamos é o verdadeiro mar, mas a terra (Atlântida) que o rodeia e o toma quase por completo deve ser chamada, com absoluta exatidão, de continente (…)

Atlantida. Continente perdido de Atlantida. A Atlantida é real? Localização de Atlantida. Onde está Atlantida?

    *A Líbia daquela época corresponde, atualmente, a todo o Norte de África.

    *A Ásia daquela época se referia a todo o território que se estende desde a Península Arábica até o Norte da Índia.

Localização de Atlantida. Atlantida. Continente perdido de Atlantida. A Atlantida é real? Oceano atlantico. Ilha de Atlantida

    (…) Ó, Sólon, esta potência (Atlântida) tentou, toda unida, escravizar com uma só ofensiva toda a vossa região, a nossa, e também todos os locais aquém das Colunas de Hércules/ Estreito de Gibraltar, pois Atlântida era um acesso para os homens daquele tempo irem diretamente para todo nosso território [oque hoje chamamos de Mediterrâneo] (…)

    (…) Também, em paralelo a isto: o deus dos deuses, Zeus, que reina também por meio de leis, como tem capacidade para discernir melhor sobre este tipo de acontecimentos, apercebeu-se de que a estirpe outrora íntegra [dos Atlantes] estava agora organizada de um modo desonroso. Então decidiu aplicar-lhes uma punição, para isso reuniu um conselho com outros deuses (...)

    (…) Ao mesmo tempo, os atenienses, pela coragem e pela força, revelou o poderio da vossa cidadela Atenas a todos os homens, pois sobrepôs-se a todos em coragem e nas artes da guerra, quando liderou o exército grego contra os Atlantes e, depois, quando foi deixada à sua própria mercê, por causa da desistência dos outros povos em lutar, e vossa Atenas correu riscos extremos lutando só; Mas [Atenas] veio a erigir o monumento da vitória ao dominar quem nos atacava e impediu que escravizassem, entre outros, quem nunca tinha sido escravizado, bem como todos os que habitavam aquém das Colunas de Hércules, e libertou a todos sem qualquer reserva (…)

    (…) Posteriormente, por causa de um sismo incomensurável [terremoto] e de um dilúvio [maremoto] que sobreveio num só dia e numa noite terrível, toda a vossa classe guerreira foi de uma só vez engolida pela terra, e também a ilha da Atlântida desapareceu, afundada no mar (…)

Atlantida. Continente perdido de Atlantida. A Atlantida é real? Ilha de Atlantida. Oceano Atlantico 

    (...) Quanto a vossa cidade de Atenas de outrora, não estava como está hoje; é que uma só noite de forte chuva deixou-a completamente nua, pois dissolveu a terra por completo, e ao mesmo tempo geraram-se terremotos e veio o violento dilúvio, o terceiro antes da calamidade da época de Deucalião*. A terra onde estava a vossa cidade de Atenas de outrora, em virtude do que aconteceu durante essas ocasiões, deslizou das terras onde estava e não se empilhou num morro digno de menção (…)

    *Deucalião se refere, na mitologia grega, a quando Zeus decidiu pôr um fim à idade do bronze através de um dilúvio, e assim Deucalião e sua esposa foram alertados por seu pai, Prometeus, para que o casal construísse um barco de madeira equipado com provisões, para se salvar do dilúvio.

    (...) E quanto A Atlântida, sumiu no atlântico, é por isso que nesse local o oceano é intransitável e imperscrutável, em virtude da lama que ali existe em grande quantidade e da pouca profundidade provocada pela ilha que submergiu (...)

    (…) Ó, Sólon, vós pode ter preservado os nomes dos deuses e talvez até de alguns dos vossos heróis de guerra, mas os feitos, graças à morte daqueles que lutaram e à vastidão do tempo passado, desapareceram da vossa história. O tipo de gente que sobrevive, como mencionei antes, são incultos que refugiam-se nas montanhas e vivem sem saber e conhecimento; Essas pessoas só tinham ouvido os nomes dos governantes da Atenas arcaica e, além disso, sabiam pouco, e pouco se importavam sobre o que faziam outrora (…)

    (…) A mitologia e a investigação de dados do passado, juntamente com o lazer, só podem ser considerados quando os habitantes sabem que as suas necessidades básicas estão garantidas, e não antes. É por esta razão que os nomes dos antepassados foram preservados, mas não a vossa história (...)

    (…) Portanto, deram esses nomes endeusados ou de guerreiros ou da estirpe governante aos seus descendentes para própria satisfação, mas vós não conheciam realmente as virtudes e as leis de vossos ancestrais, exceto algumas descrições vagas a respeito de determinados aspectos. E porque viveram com a falta de conhecimento, estiveram necessitados por muitas gerações, vós e vossos filhos só falavam acerca do que necessitavam e do que não tinham e só a respeito disso, negligenciando o que aconteceu antes em uma época anterior, e que lhes fez perder tudo que uma vez tiveram”.

 Moral da história/estória

    Enquanto a realidade tem limites, a ficção pode abordar temas diversificados sem entrar em conflito com a realidade direta que vivemos, simulando novas realidades ao mesmo passo que trabalha conceitos que já temos na nossa própria realidade. Então surge as diversas opiniões conflitantes, seria Atlântida um lugar real ou um mito de Platão?

    Seja como for, ainda que possa ter sido um lugar real, não podemos descartar o tom mítico de Platão que tentava levantar uma ‘moral da estória’. Ou seja, ainda que Atlântida possa ser contemplada na literalidade, como se fosse um lugar que realmente existiu há muito tempo atrás, esquecer que pode ser também vislumbrada como uma alegoria, um mito, uma metáfora, é negar o status refletivo do texto. 

Acrópole de Atenas. Cidade de Atenas. Mitologia Grega. Atlantida. Continente perdido de Atlantida. A Atlantida é real? 

    A ‘moral da estória’: o diálogo realmente trás questões pertinentes em relação a destruição da Atlântida (e, por fatalidade, também a destruição da Atenas arcaica) justamente porque os Atlantes passaram a ter ambições mesquinhas, um povo que se degenerou com o tempo, sendo antes uma civilização ideal e que tinha tudo do melhor, mas que rumou à queda pela perda dos princípios que tinha outrora (vinculada a mistura com o sangue dos falhos e menos elevados mortais), e com isso arruinou-se e ainda levou consigo outro povo que não tinha feito atos tão terríveis.

    O que a favorece pensar em Atlântida como uma alegoria, um mito, é justamente isso: nesse “conto” de Platão, a Ilha Continental de Atlântida só cai depois que seus habitantes decaem, ou seja, depois que tornaram-se gananciosos e insensatos, perdendo a virtude e deixando de respeitar as leis, deixando de serem justos e honrados perante os deuses e outras civilizações.

    Sobre o Texto, Curiosidades...

    É indiscutível que o livro “Timeu e Crítias” disserta justamente sobre essa tópica fazendo continuidade a outro texto com o mesmo assunto, ou seja, sobre uma civilização perfeita versus uma não-perfeita (embora exista controvérsias, muitos concordam que esse texto de Timeu e Crítias deveria ser lido depois, como uma continuidade, de “A República” de Platão).

Platão, Timeu e Crítias. Manuscrito. Atlantida. Continente perdido de Atlantida. A Atlantida é real?
Manuscrito de Platão

    Sobre A Atlântida, não se encontrou nenhum outro escrito sobre ela antes de Platão, e embora o Diálogo de Crítias afirme que esse conhecimento veio do Egito, jamais foram encontrados, por arqueólogos, texto semelhante lá. Sendo assim, atribuem “a Atlântida” a Platão, sendo o texto dele a referencia mais velha já encontrada sobre essa famosa ilha, e por isso muito se discute se Atlântida era de fato um lugar real ou apenas mais um “mito platônico”, como o “Mito da Caverna”.

    * A cidade de Sais, no Egito, realmente existiu, porém hoje só resta-lhe ruínas, embora confirma-se que a deusa matrona do lugar chamava-se Neith e que de fato esses egípcios tinham contato com os atenienses. O texto de Platão também descreve perfeitamente o mapa do Mediterrâneo até as Colunas de Hércules [estreito de Gibraltar, hoje em dia) e o Oceano Atlântico, o que para muitos é argumento suficiente para crer que a Atlântida pode ser mais que um mito, dado a quantidade de referencia geográfica correta que há no texto.

  A Atlântida: Considerações Finais

    O que posso afirmar é que Platão não volta a mencionar Atlântida em nenhum de seus outros textos, como se ela fosse, de fato, insignificante.

    Enquanto isso, é muito comum os textos Platônicos destacarem a razão e o intelecto vinculando ambos ao que é inerentemente “bom, belo e justo”, como virtudes das mais elevadas e que levam ao melhor e a verdade. Enquanto que a irracionalidade é o caminho inverso, rebaixado, e pertencente ao "mundo físico" dos falhos sentidos, aquele que percebemos através de olfato, paladar, visão, audição e tato, e com os quais experienciamos os elementos da natureza (Ar, Fogo, Água e Terra) e ainda através dos quais temos necessidades, paixões e opiniões; ver as coisas assim só com os sentidos seria enganador, destinado aos menos elevados e selvagens.

    Os mestres do saber, ao pensarem no mundo, entendem isso, então percebem que existem duas formas de lidar com o mundo e com aquilo a que estamos acostumados: Uma delas é através da razão. A outra, através dos sentidos.

  Trecho do livro de Timeu: “A epistêmê (saber) pode ser apreendida pelo pensamento com o auxílio da nous (atividade do intelecto ou da razão), pois o verdadeiro saber é imutável e eterno. Ao invés da Doxa (opinião) que é mutável e subjetiva, acompanhada da irracionalidade dos sentidos”.

    A ideia de deixar a Doxa (opinião) de lado, e se dedicar a Epistêmê (saber), construindo nosso logos (discurso) sempre buscando explicar os fatos segundo suas causas através da Nous (intelecto), com a valorização da lógica e da razão, vem de herança da antiguidade. Ao mesmo tempo que não significou o abandono das crenças nos mitos e da religiosidade, pois como vemos em Platão, ele fala tanto em obter conhecimento racional quanto também utiliza crenças e teologia para explicar o mundo e o universo (como vemos no diálogo “Timeu” de Platão). A Filosofia Antiga fica entre Teologia e Ciência, sem deixar de ser inteligente.

    Relembremos como o texto usa Logos (discurso, em grego) e Mýthos (Mito, em grego), sendo que muitas vezes os Mestres do Saber utilizam-se de um ‘discurso mítico’ para tentar ensinar um conhecimento intrínseco sobre o mundano e o universo. Seria, então, a Atlântida apenas um discurso mítico metafórico sobre sociedades que, ao se degenerarem tornando-se injustas, gananciosas e más, foram fadadas a destruição completa?

    De todo modo Atlântida é apenas uma, das muitas “estórias antigas”, sobre uma civilização que caiu devido a corrupção, cuja qual os deuses puniram através de uma grande calamidade.

    Ainda que Atlântida possa ser apenas um mito, isso não vai impedir as pessoas de continuarem procurando-a, com todas as nossas conjecturas e equipamentos que ampliam nossos sentidos para explorar céu e mar, ao que parece. Mas a questão mais relevante aqui é: será que a humanidade aprendeu, intelectual e racionalmente, alguma coisa com a moral dessa história/estória?

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2 comentários:

  1. Oi Anne, sempre soube sobre Atlântida, mas nunca tinha parado para ler nada a respeito. O seu texto cumpriu o que você propôs e a linguagem ficou muito clara e acessível. Minha opinião mudou muito entre ser um mito e ser verdade enquanto eu lia, e ainda não tenho opinião formada. Acho que se recebesse dinheiro, companhia e recursos adequados pra ir em busca de Atlântida, eu iria...hahaha... Quanto a humanidade ter aprendido com a moral, não tenho muitas esperanças a respeito disso.

    Até breve;
    Helaina (Escritora || Blogueira)
    https://hipercriativa.blogspot.com
    https://universo-invisivel.blogspot.com

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  2. Oiê, Helaina. Fico feliz que tenha dado pra entender. Eu, particularmente, achei a história bem interessante daí queria compartilhar da melhor forma que eu conseguisse 😅

    Também fico nesse mix entre mito ou realidade, nada me tira da cabeça que teve ter sim alguma coisa submersa no oceano, tão grande como é, tão inexplorado e também já tendo o mundo passado por tantas mudanças climáticas, mas também o lado meio mítico sobre Atlântida me atrai bastante.

    Eu posso até torcer pra explorações, mas ir pro fundo do oceano me dá um tanto de medinho, haha.
    Também acho que a humanidade não aprendeu nada com a moral da história, não tenho muitas esperanças. Eita!

    Agradeço seu feedback, até mais
    Bjsss ❤️

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