[RESENHA] Look Back

   Resenha do Filme Look Back

Ficha Técnica:

Título: Look Back

Autor: Tatsuki Fujimoto.

Ano de Publicação: 2024 (adaptação)

Duração do Filme: 1h (uma hora) aproximadamente.

Faixa Etária Recomendada: a partir dos 12 anos

 

    Trata-se de um filme de animação chamado Look Back, que é uma adaptação de um mangá japonês de mesmo nome criado por Tatsuki Fujimoto e publicado pela Shōnen Jump. A adaptação foi lançada pela Studio Durian. Tratando-se de um curta de 58 minutos resolvi assisti-lo imediatamente, curiosa para saber quais assuntos poderia abordar, visto que a própria sinopse me chamou a atenção:

“Fujino, uma aluna do ensino fundamental, publica tirinhas no jornalzinho escolar e recebe ótimos elogios dos colegas de classe. Mas um dia seu professor lhe diz que Kyomoto, uma aluna desconhecida, quer também publicar sua própria arte no jornalzinho e pede que Fujino ceda um espaço para que a outra artista publique no mesmo jornal, valendo-se da ideia de que esta outra aluna não poderia ser melhor que ela, Fujino concede. Porém Kyomoto demonstra grandessíssimas habilidades e aptidão para o desenho, para grande frustração e consternação de Fujino, que passa a vê-la como alguém superior a ela em desenho e, por tanto, sua rival. De rivalidade à amizade, ambas terão suas vidas entrelaçadas para sempre através da arte de desenhar". 
Sinopse do filme 

Resenha do Filme Look Back. Disponivel na Prime Video da Amazon Prime.animação chamado Look Back, que é uma adaptação de um mangá japonês de mesmo nome criado por Tatsuki Fujimoto e publicado pela Shōnen Jump. A adaptação foi lançada pela Studio Durian.
Capa de "Look Back" no Streaming que assisti

    O que me chamou a atenção inicialmente foi a capa e a temática sobre arte e desenho. Já a proposta de enredo pode até parecer simples e, a principio, até previsível e cheia de clichês, mas não se engane: o curta surpreende tanto na maneira como é animado, quanto no enredo e nos temas que entrega. 

    Então vem comigo descobrir por que não deve perder a oportunidade de ver esse filme.

    Por que assistir Look Back?

    O interessante é que esse não é simplesmente o típico cenário japonês onde duas pessoas competem entre si e, com isso, vão aprender lições que as façam crescer e amadurecer: confesso, na verdade até começa assim, visto que Fujino vê a situação como uma oportunidade de aprimorar suas técnicas de desenho para que então possa superar a rival e dar a volta por cima, mas o enredo não fica apenas nisso, logo a trama adquire nuances profundas que levam o enredo para direções diferentes das que tipicamente esperamos, o que surpreende de uma forma positiva. Como? (...)

    É um filme que trabalha muitas emoções ao mesmo tempo, vai de sentimentos de hostilidade a um rival, sentimentos de inferioridade, resiliência para crescer e tentar melhorar, abatimento em falhar, seguir em frente quando os planos não saem conforme desejamos, ressignificação de propósitos e projetos, amizade, dependência emocional, egoismo, decisões acerca do futuro, coragem para inovar, sair da zona de conforto, superação de medos, luto, angustia e descoberta de motivação para continuar a viver apesar das adversidades.

    Veja bem, o curta-metragem gira inicialmente em torno de duas adolescentes e aborda conflitos psicoemocionais que são comuns durante o crescimento, mas que também podem ser observados em fases da vida adulta. Sugiro que todos assistam porque os momentos de identificação e/ou reflexão podem ocorrer com qualquer um, independentemente da sua profissão ser desenhista ou não, então vale muito a pena assistir sem ficar preso a essas amarras de "é um filme sobre adolescentes", ou mesmo "é só um filme sobre mangakás, apenas".

Resenha do Filme Look Back. Disponivel na Prime Video da Amazon Prime.animação chamado Look Back, que é uma adaptação de um mangá japonês de mesmo nome criado por Tatsuki Fujimoto e publicado pela Shōnen Jump. A adaptação foi lançada pela Studio Durian.
Outra capa do filme "Look Back"

    Sobretudo a ideia central desse curta é suscitar o debate sobre como lidamos com: as expectativas da vida, extroversão, fobia, socialização, sentimentos de realização ou frustração em relação a um ofício, como lidamos com a comparação social, autoestima, dependência e independência, tomada de atitude, capacidade de tomar decisões para o futuro, relações socioafetivas, luto e superação. Sim, este filme de 58 minutos consegue abordar isso tudo e o faz muito bem.

    Surpreendeu-me que tais assuntos tenham sido levantados no enredo de forma tão sensível e comovente em tão pouco tempo de tela, trazido de forma singela, mas potente, isso explica o sucesso imediato deste curta-metragem.

    É fácil dizer que se trata de um filme atemporal, pois os temas que aborda são inerentes a qualquer pessoa, em qualquer época. Senti que diversos momentos dele podem ser usados para conversar sobre as aflições e frustrações contemporâneas de adolescentes e adultos na vida cotidiana, considerando que somos sempre defrontado com expressões de sofrimento, nas quais a comparação com os outros, fazer ou não fazer bem seu ofício, relacionamentos sociais e luto ganham destaque.

    Posso afirmar que vale a pena assistir mesmo que você seja do tipo que não gosta de filmes de animação, pois a forma como as personagens entregam as emoções diante das situações é diferenciada aqui, mesmo porque os temas abordados são verdadeiramente identificáveis.

    Pontos Negativos de Look Back

    Admito que foi difícil encontrar algo negativo neste filme, mas sempre escolho destacar algo que talvez não seja do agrado de todos. Então, antes de mais nada, as questões que destaquei anteriormente, aquelas temáticas que envolvem o filme, precisam ser levadas a sério. Se por algum motivo algum daqueles itens em negrito for um gatilho para você, eu não lhe recomendo o filme.

Resenha do Filme Look Back. Disponivel na Prime Video da Amazon Prime.animação chamado Look Back, que é uma adaptação de um mangá japonês de mesmo nome criado por Tatsuki Fujimoto e publicado pela Shōnen Jump. A adaptação foi lançada pela Studio Durian.
Personagem Fujino, de Look Back

    Saiba que é um filme que pode desencadear diferentes emoções em cada um que o assiste, pode deixar alguns taciturnos, como também pode deixar outros demasiadamente reflexivos: acredito que o objetivo do curta é justamente esse, trazer à tona o sentimentalismo e pensamento crítico sobre o que está assistindo.

    É um filme que não vai ficar explicando todas as suas facetas, não trata o público como criança e, às vezes, é preciso refletir por si mesmo para entender alguns aspectos da trama. O autor transmite as mensagens principais através de cada ato, basta estar atento e meditativo. Mas se você não quer um filme melancólico que exija abstração, este pode não ser o filme ideal para você, é melhor encontrar algo mais divertido no seu catálogo de streaming.

    E claro, eu não poderia deixar de dizer: ao estimular a reflexão, é possível que cada pessoa que assista chegue a conclusões diferentes sobre alguns detalhes e situações específicas da trama e tudo bem com isso. No entanto, isso não invalida a mensagem geral da obra.

    O que faz "Look Back" tão especial?

    O famoso “comparar-se com outras pessoas” é o tema que abre o filme, um tema muito recorrente desde que a humanidade aprendeu a viver em sociedade, mas ainda mais acentuado hoje por causa das redes sociais, vamos lá: quem nunca passou pela mesma situação que a protagonista, comparar algo que faça com o de um outro alguém que parece muito melhor?

    Ao perceber que não tem a mesma aptidão da colega em habilidades de desenho, a protagonista logo se coloca em uma posição inferior em comparação. Fujino percebe que sua arte é amadora e que ela precisa melhorar para ver se realmente tem potencial. Foi por meio dessa outra pessoa que ela decidiu se aprimorar e sair da zona de conforto artística em que se encontrava.

    O filme consegue mostrar que são os desafios que nos movem para um melhor desempenho, não são os elogios e a comodidade que movem a humanidade. Ao ser confrontada por uma concorrente, Fujino tem seu ego esmagado e se vê tentada a dedicar-se mais. No entanto, o curta-metragem também consegue transmitira a angústia da personagem quando confrontada com alguém melhor que ela, bem como os sacrifícios que ela faz para melhorar a si mesma na arte de desenhar, para tentar aprimora-se.

    Parece uma fórmula pouco inovadora para começar um filme, mas, gostemos ou não da premissa inicial, a verdade é que é fácil ser fisgado por esse enredo logo no inicio mesmo que pareça que já vimos isso um milhão de vezes em outros roteiros.

    Mas não se preocupe, o filme não se limita apenas aos clichês típicos. Ele não vai na direção da protagonista que luta para ser boa numa coisa e consegue, se vendo no topo no final. O que eu disse até agora é apenas o começo. Então, conforme você avança, verá que ele trará todos os temas que mencionei antes (mas não quero dar spoilers aqui).

Resenha do Filme Look Back. Disponivel na Prime Video da Amazon Prime.animação chamado Look Back, que é uma adaptação de um mangá japonês de mesmo nome criado por Tatsuki Fujimoto e publicado pela Shōnen Jump. A adaptação foi lançada pela Studio Durian.
As amigas Kyomoto (a esquerda) e Fujino (a direita)

    De forma geral, é um filme que abordará a arte em seu aspecto mais humano, visto que um artista deve revisar, aprimorar, refazer, meditar, mudar, editar e pensar o tempo todo “o que eu faria diferente?” e se eu fizer algo diferente, isso muda meus resultados?”. Tais questionamentos extrapolam a arte e fazem parte da vida, todos nós como humanos estamos sempre nos modificando e nos reeditando a cada dia, quer percebamos ou não. Quantos de nós já não olhamos para o nosso passado e pensamos essas coisas?

    Além disso, mais do que coisas que podem ser mudadas a nosso bel prazer, abordará principalmente acontecimentos que fazem parte da transitoriedade da vida, que ocorrem sem que você possa prever, pois nem tudo na vida é possível controlar. 

    Com isso o filme nos ensina mais uma vez que, como no mundo da arte, criamos coisas de nosso interesse (no caso da protagonista foi a arte) que nos conecta com outras pessoas e que com isso nos permitem transmitir e ressignificar ideias, sentimentos e a maneira como vemos as situações da vida a cada passo que damos no mundo (mas isso não é uma característica exclusiva da arte, fica a dica).

    Esse filme é sobre coisas que podemos mudar e coisas que fogem a nosso controle e temos que enfrentar, apesar de tudo. Também trás aquele aspecto da arte de ressignificar e dar sentido as coisas. No final a protagonista vai descobrir porque ela desenha de fato (assista para descobrir porque).

    Se no começo o filme não te prender, persista, vai valer apena, pois o filme não ficará só nos típicos clichês.

  
  Conclusão

    Este é aquele tipo de filme excelente para assistir em qualquer momento da vida, para ficar reflexivo. Eu sei que é somente quando estamos próximos do bom clima das festividades de Natal e Ano Novo que paramos para avaliar nossas vidas e o que queremos mudar e alcançar no próximo ano, mas não precisa ser só nesse período. A qualquer momento podemos ser convidados a olhar para nós mesmos, tentando responder às perguntas abaixo sem romantizá-las:

1) como você lida com as expectativas da vida?

2) Como esta sua relação com a família? Com os amigos? Com os colegas de trabalho? Com seu ofício?

3) O quanto você se compara aos outros? Como você lida com a competição e as frustrações que surgem dessa comparação?

4) O que te conecta com as pessoas?

5) Como você lida com o que você ganhou ao longo de sua trajetória de vida? E com o que você perdeu?

6) E se você pudesse mudar uma coisa no seu passado, o que seria? E será que isso realmente mudaria as coisas para melhor?

7) Quais são seus mecanismos de enfrentamento? Ou seja, o que te ajuda a seguir em frente mesmo nas situações difíceis?

8) E mais importante ainda: O que, apesar de tudo, te motiva a continuar?

    Esse filme me trouxe essas e outras questões. Então, já assistiu Look Back? E, se não, pretende assistir?

Tive que me conter para não dar spoilers durante esta resenha, mas tendo chegado até aqui ainda quero abordar alguns elementos da trama que me chamaram a atenção. Então informo que a resenha termina aqui, mas o post não. A partir de agora gostaria de fazer uma breve análise de alguns aspectos e pontos que acho importante destacar nesse curta-metragem.

Sim, haverá spoilers a partir daqui, então se você não viu o filme e não quer saber de acontecimentos importantes da trama, recomendo assisti-lo primeiro e depois voltar para ler. Mas, se você é do tipo que não se importa com spoilers, siga em frente.

    Breve Análise de alguns aspectos do Filme Look Back

    1) O filme poderia facilmente cair em um clichê: o da protagonista lutando por seu sonho e, portanto, alcançando-o. Ele poderia cair no clichê de ‘como é preciso se dedicar e abdicar de muitas coisas’, como socialização com a família e amigos, como você tem que trabalhar duro para realizar seus sonhos, aquele famoso discurso de que se você se esforçar muito então alcançará o objetivo porque é merecedor. Mas ele não cai nesse clichê (…)

Resenha do Filme Look Back. Disponivel na Prime Video da Amazon Prime.animação chamado Look Back, que é uma adaptação de um mangá japonês de mesmo nome criado por Tatsuki Fujimoto e publicado pela Shōnen Jump. A adaptação foi lançada pela Studio Durian.
Personagem Fujino de Look Back

    (…) O curta-metragem segue um caminho diferente e não vai na direção de listar as habilidades e competências respeitáveis que Fujino tem para atingir o sucesso, bem como não vai focar nas estratégias que supostamente a levariam ao topo. Afinal, aqui, apesar dos esforços de Fujino, ela não consegue melhorar tanto quanto gostaria, não a ponto de poder dizer a si mesma que melhorou e conseguiu superar sua rival, restaurando assim sua autoestima e seu ego. Não aqui, o curta toma um caminho diferente e achei isso muito inovador e realista.

    2) Fujino compara sua técnica de desenho à de sua, suposta, mais nova rival, Kyomoto. E vemos imediatamente o impacto que essa comparação tem nas emoções da personagem e qual atitude ela toma para tentar lidar com isso. Essa parte da trama me fez pensar: esse ato de nos compararmos com os outros é algo social e natural, visto que buscamos informações externas para entender o mundo e obter conhecimento sobre ele, sobre os outros que habitam nele e sobre nós mesmos (…).

    (…) Mas e quando isso acontece muito cedo e de forma exacerbada, temos as ferramentas emocionais certas para lidar com isso? Por que há aqueles que, desde cedo, já impõe a si mesmos uma autoavaliação constante de seu desempenho? A vida, nossas atividades e/ou trabalho, precisa ser uma competição de quem faz mais e melhor? E se sim, sabemos medir com sabedoria os benefícios e malefícios do impacto disso na nossa vida?

    Assim como Fujino, muitos de nós temos a mesma tendência de avaliar e atribuir mais ou menos valor às nossas habilidades, de quantificar e classificar o que é “mais” e “melhor” em tudo o que fazemos. Também tem a questão do reconhecimento e retorno financeiro, tudo o que fazemos tem mesmo que ter reconhecimento do público? Se não tiver não vale a pena? E retorno financeiro? Não se pode fazer algo apenas por gostar de fazer? Só pode fazer uma determinada atividade, como desenhar, quem é bom nisso?

Desenho conceitual de Fujino e Kyomoto

    Veja bem, Fujino gostava de desenhar, por um tempo isso foi o suficiente para ela, bem como ter o reconhecimento de seus amigos de sala. No entanto, a partir de uma comparação, o ato deixa de ser intuitivo e divertido, torna-se uma métrica, uma forma dela medir o quão acima ou abaixo de Kyomoto ela está. Todos nós, ao longo da vida, fazemos isso em relação aos outros que nos cercam: alguns fazem mais (sendo excessivamente autocríticos), outros fazem menos, mas a verdade é que muitas vezes nos comparamos aos outros sem parar para pensar sobre o porquê de fazermos isso e como isso nos afeta.

    No entanto, de forma sutil, a trama logo mostrará que ao nos compararmos com os outros tendemos a subestimar nossos pontos fortes, limitando-nos a uma comparação superficial, sem encontrar um bom equilíbrio entre nossas verdadeiras qualidades e defeitos. Veja, no filme, Fujino criava tirinhas de enredo cômico, enquanto Kyomoto desenhava cenários e dava a eles uma profundidade incrível. Percebeu a diferença?

    Fujino não compreendeu que, além de desenhar, ela criava personagens e enredos que faziam os outros rirem, que fazia isso de forma relativamente rápida e inovadora criando seu próprio estilo de comédia em tirinhas seriadas. Ela não viu seus pontos fortes, a única coisa que conseguia ver era que seu desenho era amador se comparado à habilidade de Kyomoto.

    Os outros, seus colegas de classe, percebem levianamente que Kyomoto desenha melhor que Fujino, por causa dessa comparação isso é tudo que Fujino começa a ver também e por isso passa a ser mais autocrítica em relação a sua própria habilidade. Ela, assim como seus colegas, não leva em conta seus próprios pontos fortes que inexistem em sua “rival”, ela só consegue ver onde tem que melhorar.

    Então Fujino se equivoca, para manter a imagem social de boa artista, decide aprimorar sua técnica (o que não é errado), mas para tal começa a negligenciar outras esferas da vida que também são importantes em prol de tentar reafirmar seu status como a desenhista número 1”.

Resenha do Filme Look Back. Disponivel na Prime Video da Amazon Prime.animação chamado Look Back, que é uma adaptação de um mangá japonês de mesmo nome criado por Tatsuki Fujimoto e publicado pela Shōnen Jump. A adaptação foi lançada pela Studio Durian.
Capa do mangá Look Back

    3) A imagem social, ou seja, como os outros viam Fujino e como ela se via diante disso, era inicialmente à luz do status de boa desenhista”, até que deixou de ser o caso. Esse é um dos riscos da imagem social, ela não é aquilo que somos de verdade mas aquilo que os outros pensam que somos, e muitos de nós esquecemos que ela é uma performance contínua: o quanto estamos dispostos a abdicar para que uma parte de nós seja vista e bem avaliada pela sociedade?

    Quando ela não consegue melhorar suas habilidades de desenho de modo a superar Kyomoto, vemos a desistência de Fujino em desenhar: ela fez uma comparação entre sua técnica e a da colega, ficou insatisfeita com seu próprio desempenho, estabeleceu um padrão, tentou atingi-lo para superar a rival, mas, mesmo após tentar melhorar sua aptidão para desenho, ainda lhe pareceu um desempenho insatisfatório, então ela desiste. (…).

    (…) ela vai da sensação de invulnerabilidade, da vontade de testar seus limites e melhorar seu desempenho, à frustração, ao desânimo e à desistência. Mas vale lembrar que isso só acontece em relação ao desenho, não comprometendo todas as áreas da vida dela, pelo contrário, Fujino percebe que se não tem aptidão para continuar nesse segmento artístico, então desiste disto em específico, e começa a reavaliar as possibilidades, com tendência a priorizar coisas das quais tinha se privado: volta a se relacionar com a família e amigos, passa a fazer aulas de luta com a irmã.

    Isso é interessante porque não corresponder às expectativas, não ser capaz de manter a imagem social que desejamos expor ao mundo, não precisa ser visto como algo terrível ou “o fim do mundo”. E, nesse aspecto, a protagonista mostrou isso bem. 

Resenha do Filme Look Back. Disponivel na Prime Video da Amazon Prime.animação chamado Look Back, que é uma adaptação de um mangá japonês de mesmo nome criado por Tatsuki Fujimoto e publicado pela Shōnen Jump. A adaptação foi lançada pela Studio Durian.
O quarto de Kyomoto, onde ela desenha

     4) É interessante também como Fujino idealizou Kyomoto como uma rival, quando na verdade a outra menina não tratava a situação como se fosse uma competição entre as duas. Toda a situação de rivalidade opressiva foi criada única e exclusivamente na mente de Fujino, quando na realidade a outra menina a tinha em grande estima e admiração.

    Kyomoto tem fobia social e descobre na arte de desenhar cenários e lugares uma maneira de ver o mundo além das paredes do seu quarto, descobrimos que ela inicialmente foi muito inspirada a iniciar a pratica de desenhar ao acompanhar as histórias em quadrinhos de Fujino. Em outras palavras, Kyomoto não via Fujino como uma rival, mas como uma grande fonte de inspiração.

    O momento em que Fujino descobre que Kyomoto é sua grande fã é importante porque ela literalmente se sente mais leve, renovada e determinada a voltar praticar seu ofício com mais energia. É como se tal validação, ser adorada por alguém que ela outrora temia ser melhor que ela, fizesse cair por terra seus anseios e sentimentos de inferioridade autoinfligidos. 

    Nota-se que Kyomoto, diferente de Fujino e seus colegas de classe, conseguia ver os pontos fortes que Fujino tinha e ao dizer isso para Fujino é como se a própria Fujino tivesse, finalmente, percebido também o quão bons eram seus pontos fortes, como se ela percebesse que "é, eu sou boa mesmo!".

    Por que a validação dos outros nos é tão importante assim? Fujino precisava da validação externa de seus pares, foram os alunos de sua sala que, ao compararem, fizeram-na se sentir inferior a Kyomoto. E ela acreditou nisso. Mas bastou saber que Kyomoto era, em verdade, fã de seu trabalho e sua grande admiradora, que Fujino teve sua autoestima revigorada. Foi só ao perceber que a grande rival que ela idealizou não era bem uma rival, apenas mais um ser humano comum e cheio de problemas, que ela pode se revigorar.

    O grande problema de Fujino não era que Kyomoto desenhasse melhor que ela. Era pensar que Kyomoto era melhor que ela, pensar que todos sabiam disso e pensavam assim também, e não saber ver seus próprios pontos fortes. Depois que ela notou que Kyomoto era só mais uma garota com seus próprios problemas e complexos, alguém falível, e alguém que viu suas qualidades quando ela mesma não: é quando ocorre a Fujino que ela apenas idealizou uma rival inatingível, quando isso não era real. E quantos de nós não somos assim também?

    Você também é desses que vê a Rede Social alheia e pensa coisas como: “a vida tá dando certo pra todo mundo, menos pra mim”, “tá todo mundo curtindo a vida, realizando seus sonhos, satisfeitos em seus trabalhos e sendo feliz, menos eu”, “esse fulano aqui sabe fazer seja lá oque for muito bem, eu sou uma droga por mais que tente”.

    Mas será mesmo que é assim? Será que só não estamos idealizando rivais inatingíveis assim como Fujino? Será que esses outros fulanos são realmente tão melhores que você ou isso se trata de um complexo de inferioridade que criou inadvertidamente em sua mente só pra ficar se torturando e se pondo pra baixo? Será que estamos avaliando bem a situação ou só depreciando a si mesmo atoa? Será que não estamos esquecendo de sermos gentis conosco? Esquecendo que nem tudo é oque parece!

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Kyomoto e Fujino de Look Back

    5) Fujino, seja por vergonha ou orgulho, acaba percebendo que criou toda uma situação inexistente na cabeça dela e sequer revela pra Kyomoto que, em realidade, estava desmotivada a continuar a desenhar porque se achava inferior e inapta a continuar. Pelo contrario: Fujino usa a nova validação para dizer que esta muito atarefada e pensando em escrever um mangá real para ser publicado.

    Fujino guarda muitas coisas para si mesma. Por exemplo, ela opta por não demonstrar sua própria vulnerabilidade, uma vez que vê a vulnerabilidade da outra menina, decide tomar ares de quem não tem fraquezas, como se em nenhum momento ela tivesse se abalado em relação a isso tudo.

    Parece aquele revés de rede social, não é? Sabe aquele ideal de apresentação de si mesmo que é: parecer sempre feliz/bem, realizado e fazendo coisas interessantes? Fujino adota essa postura frente a Kyomoto. Por algum motivo, mesmo quando ambas se tornam amigas, Fujino vive sob uma persona de rede social.

    Ela parece adotar a mentalidade de que Kyomoto é aquela que pode ter fraquezas e dificuldades, mas se recusa a admitir as suas próprias. Os sentimentos de inferioridade de outrora parecem assombrá-la e, agora que ela recuperou a imagem que queria ter de si mesma, ela fica relutante em se abrir e dizer que também tem suas próprias dificuldades inerentes para lidar.

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Fujino e Kyomoto trabalhando juntas em Look Back

    6) Ambas se tornam amigas e começam a desenhar juntas. Finalmente com Fujino percebendo que ela cria personagens e enredo, enquanto Kyomoto cria os cenários e aprofunda a arte para algo mais “profissa”, Kyomoto dá o “polimento e retoques finais”, por assim dizer. Tinha espaço para cada uma desenvolver sua aptidão sem ter que pisar uma na outra, certo? Sim.

    Porém, algo que me incomodou nas atitudes de Fujino é que me pareceu, por várias vezes, que se aproximar de Kyomoto foi estratégico; ambas conseguem publicar um mangá de autoria conjunta. A parceria e relacionamento que elas criam entre si até parece visualmente algo bonito e construtivo para ambas, mas, em relação a trabalhar juntas e publicar um mangá, ambas parecem medir a conquista de forma distinta, visto que com sua autoestima revigorada tendo a imagem social que sempre desejou e tendo noção de seus próprios pontos fortes, Fujino muitas vezes parece pensar que, porque cria os personagens e tece o enredo, então Kyomoto lhe é inferior dado que “apenas” faz o plano de fundo e acabamento. 

    Fujino parece sedimentar a ideia de que Kyomoto precisa dela, sem perceber que ambas se ajudam mutuamente.

    Se antes Fujino não podia ver seus próprios pontos fortes, agora ela os usa para se colocar acima de Kyomoto e diminuir a outra menina (por que o ser humano é assim, hein?).

    7) A dependência entra em foco, visto que Kyomoto tem Fobia Social (Transtorno de Ansiedade Social). A amizade das duas começa a surtir alguns efeitos, visto que com o passar do tempo Kyomoto acaba por fazer atividades que antes evitaria (como sair de seu quarto e ir se divertir na cidade), embora com um agravo; sempre acompanhada de Fujino.

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Kyomoto e Fujino juntas

    Fujino está desempenhando um papel de determinação obstinada nessa parceria que ambas criam entre si em prol do desenho, mas e Kyomoto? Vai sempre se resignar ao papel de seguir Fujino e tê-la a frente? Kyomoto vai querer ser sempre o plano de fundo da vida de Fujino? Fujino sempre olhará para trás quando tiver que ver Kyomoto? Kyomoto pode viver sem Fujino? E Fujino, pode viver sem Kyomoto? Será que não chegará a hora de se apartar desse vinculo?

    É neste momento que veremos o rompimento da parceria delas. Ao termino do Ensino Médio, Fujino decide aceitar trabalhar como mangaká em uma empresa que se interessou pelo trabalho dela. Enquanto Kyomoto decide que vai fazer faculdade de artes. Ambas tem um término de relacionamento, seja no campo da amizade seja no campo profissional, tumultuado; tendo em vista que Fujino não aceita bem a decisão de Kyomoto de se afastar para tentar algo diferente daquilo que Fujino quer.

    Inicialmente a amizade e parceria das duas não parecia que traria malefícios, mas Fujino demonstrou controle exacerbado em relação a aspectos da vida de Kyomoto algumas vezes, por exemplo; ao invés de apoiá-la na decisão de fazer faculdade, foi capaz de enfatizar as falhas e a fobia de Kyomoto para tentar fazê-la mudar de opinião e assim mantê-la junto a ela, quase que querendo manter a menina em simbiose e trabalhando para ela, como nada mais que uma auxiliar. 

     Eu senti que Fujino estava com medo de deixar Kyomoto ir, mas sabe quando as pessoas dizem que quando se está acuado as vezes atacamos? Então, ao invés de dizer o que sentia pra Kyomoto, ela preferiu não expressar adequadamente seu medo, optando por se colocar num pedestal e inferiorizar a amiga, como quem diz "eu não preciso de ti, você que precisa de mim, então recobre a razão e não vá" (o que é meio mesquinho considerando que era Fujino quem mais queria a amiga dela por perto naquele momento). 

    Foi muito corajoso, da parte de Kyomoto, decidir se afastar e fazer algo por sua própria conta.

    8) Por ultimo, o filme aborda perda e luto em vários momentos, pois luto não é apenas a perda de uma pessoa querida, mas primordialmente é sobre sentimento de tristeza diante de perdas. Nós temos muitas perdas em vários momentos desse filme:

(A) é um processo de luto quando quando Fujino acredita que desenhar é coisa de criança e que ela precisa superar isso para crescer (então depois vem a ressignificação que mostra que não precisa parar de desenhar só porque o senso comum, amigos e familiares dizem-lhe que isso é uma fase).

(B) é um processo de luto quando Fujino e Kyomoto crescem e decidem cada uma seguir caminhos diferentes (então vem a ressignificação que mostra que é preciso coragem, de ambas, de seguir adiante ainda que com medo, que crescer é assumir riscos e enfrentar adversidades, lidando com as responsabilidades e consequencias que virão disso).

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Fases do Luto

(C) e claro, é um processo de luto quando Kyomoto morre fatidicamente (não vou dizer como, já tem muitos spoilers aqui, se quiser saber como exatamente ela morre e porque, assista o filme), quando então vemos Fujino passar pelas Fases do Luto, a negação (isso não pode estar acontecendo!), a raiva (isso não é justo!), a barganha (e se fosse diferente? E se eu fizesse algo diferente, isso mudaria o resultado?), a depressão (tristeza profunda por tudo oque aconteceu e como aconteceu), e por fim a aceitação (entender que as coisas acontecem independentemente de você querer e gostar ou não disso, e que oque aconteceu não é necessariamente culpa dela, e que precisa aceitar e seguir em frente).

    É quando então o filme mostra a capacidade do ser humano de não só enfrentar a perda, mas também criar novas razões de ser, novos níveis de funcionamento e significado de viver pós-trauma, afinal a vida continua.

   Conclusão: Arte, Luto e Superação em "Look Back"

    Fujino passa por muitos momentos de perda e ressignificação ao longo do filme, mas no fim ela consegue restaurar sua motivação, entendendo seu objetivo como artista. A perda mais significativa e devastadora certamente foi perder Kyomoto, mas, através da arte ela descobre que tudo é passível de ser ressignificado. Calma que eu explico:

    Ela descobre que desenhar pode lhe parecer um trabalho enfadonho, repetitivo e cansativo, como ela mesma diz “é melhor ler mangá do que fazê-los”, mas ela descobre algo que autores, criadores de conteúdo em geral e artistas sabem, ou deveriam saber; uma vez que você compartilha seu trabalho com outras pessoas, esse trabalho alcança outras vidas.

    A arte conecta Fujino com as pessoas, goste ela ou não, saiba ela disso ou não. E ela não sabe quais os impactos que a arte dela trará a vida das outras pessoas, mas mesmo que ela não possa ver isso acontece. Por exemplo, a arte dela inspirou Kyomoto a desenhar, que a levou a tentar a faculdade de artes.

    Também é um processo de entender que nem tudo gira no entorno dela própria, só porque a arte dela inspirou Kyomoto, não significa que Fujino é responsável pela morte prematura da amiga.

    Ela cria o mangá e publica. Está fora de seu controle determinar se os impactos de seu trabalho serão positivos ou negativos para aqueles que o consomem, tudo o que ela tem que fazer é dar o que pode de si mesma e deixar que o futuro cuide do resto. Isso é entender a transitoriedade da vida.

Resenha do Filme Look Back. Disponivel na Prime Video da Amazon Prime.animação chamado Look Back, que é uma adaptação de um mangá japonês de mesmo nome criado por Tatsuki Fujimoto e publicado pela Shōnen Jump. A adaptação foi lançada pela Studio Durian.

    É assim, neste pensamento, que ela rapidamente faz uma tirinha cômica onde ela nunca conheceu Kyomoto e ambas nunca trabalharam juntas, um universo onde ela realmente desistiu de desenhar e virou lutadora, mas ainda sim, no quadrinho, ela reencontra Kyomoto e a salva da morte. Ela não pode mudar a realidade, embora pela arte ela demonstrou seu desejo mais profundo, mais intímo: Ela queria a amiga viva. Esse é seu desejo. Por isso que foi com isso que ela fantasiou e fez aquela tirinha.

     No fim, faz sentido o filme se chamar "Look Back", Kyomoto sempre estará presente em seu coração, pois não é possível apagar a passagem de alguém como Kyomoto de sua história de vida, sempre que Fujino olhar para trás Kyomoto estará lá em suas memórias/ lembranças do passado, sempre que ela olhar para trás em relação a sua própria história como pessoa e como desenhista, lá estará Kyomoto.

    A arte dela inspirou Kyomoto, depois a conectou com Kyomoto, mas a transitoriedade da vida as afastou de uma maneira que ela não poderia prever. Não esta no poder dela controlar o que foi, mas ela passa a entender que a arte pode ser estruturadora e ressignificante para tudo e todos, pois:

    Ela redescobre o porque dela ter optado por desenhar como um ofício. É por ser elogiada? Não. É para ser melhor que as outras pessoas? Não. É por se sentir realizada? Não. Ela descobre que a arte pode ajudar a ressignificar aspectos da vida e ajudar a levar situações assustadoras de forma mais leve, ela faz isso quando escreve enredos cômicos de eventos que a principio parecem assustadores (lembre da tirinha dela sobre o impacto de um cometa contra a terra, por exemplo, ela suaviza a situação e transforma em algo divertido). Ela faz o mesmo no final, usando de comicidade para lidar com mais leveza com o fato de perder Kyomoto.

    Quando ela percebe isso ela já não se deixa estagnar e ficar sem fazer algo por temor de quaisquer adversidades que lhe abaterão ou sentimentos de inferioridade e/ou tristeza.

    No fim ela prova que a arte é mesmo transformadora, não dá pra saber como a arte vai transformar e influenciar, mas Fujino decide que vai continuar a usar a arte para lidar com os aspectos mais sombrios da vida, sempre de modo a levar mais leveza ao publico frente a temáticas difíceis, ela vai levar isso como mensagem a todos que consomem a arte dela. 

    Porque fazer isso, trazer um pouco de humor e leveza a situações trágicas, isso é uma espécie de cura para ela, então talvez seja para os outros também. É uma forma de lidar com a situação e tentar mover a vida apesar do que aconteceu de ruim no caminho (embora ela, talvez, ainda esteja passando pelas fases do luto e precise, algum dia, trabalhar essa perda em seu íntimo). 

    No final é como se ela tivesse descoberto nisso sua missão: levar leveza e graça a situações trágicas, para ajudar a si mesma e os outros a continuar, pois é possivel continuar, basta desenvolver os recursos, mecanismos de enfrentamento, que funcionam para ti (ela descobriu o dela). E é por isso que ela desenha agora! [ou, pelo menos, foi assim que eu entendi o filme].

     É realmente um filme muito profundo. E você, se já assistiu, que outras coisas você percebeu no filme que eu deixei de mencionar? Discorda de algo que eu disse? Tem algo a acrescentar? Fique a vontade para comentar!

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6 comentários:

  1. Oi Ane, tudo bem? Li a resenha até o ponto onde começam os spoilers. É provável que eu esqueça quais são quando tiver a oportunidade de assistir ao filme, isso às vezes acontece comigo, mas preferi não correr o risco. Adorei o tema e as reflexões que a história desperta. Não consigo responder nem metade dessas perguntas que você listou, e as que consigo é só com sarcasmo.. tá fácil não.. rsrs.. Interessante isso da protagonista descobrir 'por que ela desenha'. Queria muito saber 'por que eu escrevo' ou não escrevo há meses.. sinto falta, mas não estou conseguindo voltar e não tenho ideia do porquê.

    Vou deixar a dica anotada e espero ter oportunidade de assistir!

    Até breve;
    Helaina (Escritora || Blogueira)
    https://hipercriativa.blogspot.com (Livros, filmes e séries)
    https://universo-invisivel.blogspot.com (Contos, crônicas e afins)

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    Respostas
    1. Oie, Helaina.
      Que bom que você resolveu parar antes dos spoilers, acho que cada um sabe bem como lida com essas coisas e, mesmo que você fosse ‘talvez esquecer’, nunca se sabe. As vezes quando somos expostas a certos spoilers nunca esquecemos e isso acaba impactando como vemos o filme. Sei lá, as vezes é bom assistir/ler o assunto sem o impacto da opinião de terceiros.
      Então, se algum dia você for assistir, tire as suas próprias conclusões e depois me diz. Eu acho muito interessante ouvir, porque as pessoas sempre chegam a conclusões diferentes, e acho isso fantástico. Nesse filme então, nem se fala, cada resenha que li, cada opinião com ou sem spoilers, as vezes tinham uma percepção totalmente diferente da minha. Isso é muito mágico!

      Eu também tenho dificuldade para responder essas perguntas, meio que o filme me fez pensar nessas perguntas quando estava assistindo, mas respondê-las é realmente difícil. Acho que só é mais ‘fácil’ quando estamos olhando para a personagem do filme como alguém de fora, mas olhar para nós mesmos e responder isso tudo é tão complexo.

      Que bom que gostou da dica,
      beijos e até a próxima.

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  2. Olá, nova seguidora aqui! Estarei acompanhando o blog! Li até onde começam os spoilers, já tinha visto que tinha um mangá e falam muito bem, mas não sabia do filme. Vou procurar e com certeza irei assistir!
    Se puder conferir meu blog, estou escrevendo sobre livros:
    www.finaliteratura.blogspot.com

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    Respostas
    1. Oie, Emília.
      Seja bem-vinda.

      Sim, eu conheci pela adaptação, mas logo fui pesquisar e descobri o mangá. Não tive a oportunidade de ler, mas pelas recomendações que ouvi parece ser muito bom e, considerando que eu já amei o filme, então o mangá tem muitas chances de me agradar. Até onde entendi, o mangá e o filme são bem fieis. Se quiser, assiste sim e me diz oque achou. Eu sempre acho interessante saber as conclusões que cada um tirou, as vezes é completamente diferente da minha, e isso é tão mágico. Já passei no seu blog e gostei muito, me inscrevi e to gostando bastante do seu conteúdo.

      Beijos, até mais.

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  3. Respostas
    1. Fica aí a dica, eu também não dava nada, entrei sem saber do que se tratava, fui pega desprevenida e gostei do filme!

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